Category Archives: Experiências de Mãe

Partida do João Mateus

Partida do João Mateus

Íamos mudar de casa… passados 3 anos em casa dos “meus” pais havia finalmente em mim Paz, Humildade e num momento de profunda angústia pedi ao Albertino (“meu” pai) para nos apoiar materialmente. Já não suportava mais o ambiente em casa… uma energia de constante desafio quando eu e o João Mateus só queríamos Paz. Desde esse momento de profunda humildade que estávamos em Paz… íamos mudar de casa, eu já não reagia à necessidade de criticar e de culpar para obter energia e dominar o espaço lá de casa. Também sentia que já tinha aprendido o que precisava com eles. Os últimos 3 anos tinham sido um tempo de profunda auto análise.

Uma parte de mim sabia que algo não estava certo nesta mudança… estava a voltar a programar coisas na agenda e ao mesmo tempo que as escrevia, que agendava o futuro uma voz dizia “isto não está certo” mas lá continuava. Estava a dar o meu melhor. Isto do caminho da consciência tem muito que se lhe diga. No meu caso, é preciso errar muito. E sofri muito para chegar ao ponto de aceitar os erros. Para perceber que estou mesmo sempre a dar o meu melhor. Que também é preciso ir com calma. E estava a ir com muita calma. Com muito Amor e consciência e também a fazer demasiado no que dizia respeito à casa. Estava ainda a querer conduzir demais a vida. Faltava ainda acreditar profundamente que as mudanças iriam acontecer. E ao mesmo tempo estava em estado de graça já muitas vezes. Muita aprendizagem nos últimos anos. Muito sofrimento. E recentemente muita compreensão genuína.

Lembro-me que na manhã em que aconteceu o acidente, eu tinha cantado “Amor I Love You” em resposta a um comentário do Albertino. E o meu pensamento foi “uaaaaau, os milagres são mesmo possíveis”.

Também nessa semana tinha comentado com a Rosarinho (mulher que me deu à luz) e com o Albertino “Vocês nem fazem ideia de como todos estamos diferentes… se tivéssemos um vídeo de nós há 3 anos nos íamos passar-nos de nos ver!”.

De há uns meses para cá, tudo o que fazia por eles dedicava-o a Deus.

Nas duas semanas anteriores ao acidente, eu e o João Mateus fizemos praticamente todos os dias a viagem de “ferry” de Trafaria para Belém. Que Paz… que carinho, transportar o João Mateus ao colo na viagem até ao outro lado. E que divertido e simples olharmos as gaivotas, as bolhinhas de água e a espuma de cores cristalinas, vermos os pneus amachucadinhos do barco, “para não magoar o barco quando ele chega ao cais”, dizia eu.

Quem nos ia levar ao barco era a Rosário, de carro, e nos últimos 2 dias o João Mateus disse “Quero ir para o paraíso com a Rosário”. Na semana passada tinha-o dito em relação ao Albertino. Paraíso era o nosso destino às vezes nos carros de brincar dos parques infantis – era o João Mateus que nos guiava até lá.

E ele queria ir lá com a Rosário e com o Albertino.

Na noite antes do acidente acontecer eu tive um sonho em que eu e a Rosário estávamos num local público com o João Mateus, de repente, estamos a subir para o eléctrico as duas, entramos e eu noto que o João Mateus ficou para trás… encaminho-me para sair, a Rosário não tem acção e, lá à frente, falo com o motorista explicando que o meu filho tinha ficado para trás e ele diz “ah isso agora leva 1 mês para o localizarem” e eu respondo “epá não tem que levar um mês, eu sei onde ele está” e saio. Encontro outro eléctrico e tento apanhá-lo mas como não era a paragem dele não me deram boleia. O sonho acabou aí.

Na viagem para Belém, da manhã do acidente, ele pediu “vamos andar de eléctrico?” e eu respondi “não, vamos à Escola”.

A educadora principal do grupo da escola estava de baixa, cansada e eu tinha estado a falar no dia anterior com a assistente dela que estava agora a cuidar do grupo com outra assistente da escola. Nessa manhã, a do acidente, eu tinha reunião marcada com uma das Directoras da Escola para falar sobre as minhas impressões. No dia anterior tinha enviado um email aos pais a dizer o que sentia – que a Educadora principal precisava de ajuda e que a equipa precisava de comunicar mais. Já tinha noutra reunião referido que o ambiente na Escola era austero mas não tive coragem de aprofundar mais porque aquele não era o meu espaço. Não podia invadir aquele espaço com as minhas ideias mais audazes. Mantive sempre contacto com o grupo mas com muitas reservas, com medo de ser eu própria. Nunca tive coragem de fazer o que realmente sentia com as crianças e dizer tudo o que sentia. Ia dizendo aos poucos por acreditar que seria um processo mas deixei passar muita coisa que hoje, com esta grande lição, não deixaria passar. Aliás, há cerca de um ano tive um sonho que me enviou a mensagem “faz uma cresce, tu consegues” e fui atrás desse sonho durante um tempo mas amoleci. As coisas não correram bem, ainda não estava preparada pensava eu, não se concretizou. Olhando para trás, enquanto segui esse sonho voltei a sentir um entusiasmo que há algum tempo só era capaz de sentir com o João Mateus.

E nessa manhã vieram mais crianças e mais pais para ajudar. O João Mateus perguntou-me “vens ao bosque?” e eu disse “não, vou falar com a Elsa (directora da Escola).” Dei-lhe um beijo e ele lá foi, cheio de energia.

Sempre que eu estava na Escola ele ganhava ainda mais confiança e saia do grupo para ir mais longe. Havia até alturas em que eu antes de ir ter com ele ao espaço onde ele estava, meditava um pouco no bosque e só depois ia ter com ele. E aconteceu por duas vezes ele sair da cancela a correr para os meus braços no momento preciso em que eu chegava! Sem necessidade de comunicação, nada… só seguindo o que sentia.

Naquela manhã, falei com a Directora… sobre o que sentia com muito Amor. Sem exigir nada, só partilhando o que sentia. Todo o processo de adaptação à Escola foi lento, progressivo e apoiado por Deus. Digo apoiado por Deus porque foi difícil e eu não desisti. Algo me chamava até lá… Todos os dias. No 1º dia em deixei o João Mateus o dia todo na Escola vivi uma experiência de quase morte. Foi o 1º desapego, foi doloroso e uma experiência espiritual que marcou a minha crença em Jesus Cristo. Eu explico um pouco porquê. Nesse dia, depois de deixar o João Mateus na Escola, acreditava que era Jesus Cristo e coloquei-me numa situação vulnerável, acreditando na minha luz e em Deus. Veio então a Maria, a Esperança e o José para me ajudarem. Também esteve lá o Manuel, cujo nome em hebraico significa “Deus está connosco”.

A partir desse dia, cheguei a um ponto de verdade comigo como nunca antes e de crença profunda em algo para além desta vida.

O João Mateus nunca tomou medicação convencional. Teve Tosse Convulsa depois desse 1º dia em que o deixei o dia todo na Escola. Também porque não fui capaz de o ir lá buscar nesse dia depois do incidente. Durante duas semanas apenas lhe dei Amor, carinho, cuidei dele como sabia tão bem. Desde que ele nasceu que abandonei tudo. Fui mãe a tempo inteiro. Conhecia-o muito bem. Criei muitas músicas inspiradas nele e para lhe explicar o nosso Mundo. Às vezes pensava que nós vivíamos diariamente o filme “música no coração” porque eu cantava mesmo muito.

Aprendi com ele a observar a natureza e a Amar estar na natureza em silêncio e contemplação. Desde que ele nasceu eu quis viver toda a teoria que tinha dentro de mim. Tudo o que já tinha lido sobre educação, sobre a vida, sobre os mais altos ideais, quis viver com ele. Tudo o que senti fiz. Tudo o que me foi possível fiz. Dei mesmo o melhor de mim em cada instante. Aprendi com ele a aceitar os erros. A fazer o meu melhor. A fazer, fazer, fazer aquilo em que acredito. O que ainda me restava eu falava para os meus pais em tom de exigência. Era a falta de coragem de abandonar o ninho materialmente seguro mas que estava muito longe da vida que queria viver. Fui pedindo ajuda a várias pessoas mas não estava na altura. Também não pedi as vezes suficientes e com a convicção e persistência necessárias.

E continuou a adaptação dele à Escola. Passadas 2 semanas do início da tosse convulsa fui então falar com a nossa médica que segue a medicina antroposófica cuja maior diferença da convencional é ver o Ser Humano também como Ser Espiritual. Ela deu-nos um medicamento homeopático e tomámo-lo os dois. Uma mistura de plantas que ajuda a ter menos medo.

Assim que melhorámos, ele voltou à Escola e eu comecei finalmente a recuperar dos últimos 2 anos de profundo trabalho como mãe e de introspecção interior. Como estávamos muito tempo em silêncio e na natureza, entrei em contacto comigo mesma como nunca antes.

Olhando agora para trás vejo como estava em sofrimento, como era tão exigente para comigo. E como estava sozinha. Em especial nos primeiros dois anos do João Mateus. E a verdade é que fiz aquilo que sentia como nunca antes tinha tido coragem. Entreguei-me à vida como nunca antes. Com uma intensidade avassaladora. Comecei a acreditar em Deus porque era a Sua Luz que me ajudava a adormecer à noite depois de dias extremamente cansativos.

A partir da ida para a Escola recomecei a tratar mais de mim. A dar-me espaço sozinha. Antes de ser mãe não valorizava minimamente o silêncio e o meu espaço.

E nessa manhã falei com a Directora. Quando acabou, estavam os meninos a regressar do bosque. E eu decidi que não queria ver o João Mateus, para não interferir no grupo, para seguir o meu caminho. Mas por alguma razão fiquei mais um pouco. Vejo todos a virem menos o João Mateus. Vejo a assistente a vir com ar preocupado mas decidi não me envolver demais e dou-lhe uma festinha no braço. Já do outro lado da cancela, pergunto a uma mãe que estava a acompanhar o grupo “O João Mateus?” e ela responde “hmmmm… está ali, com os outros meninos” e eu confiei. Naquele momento sinto que foi um Adeus. Foi um confiar, entregar a Deus. Deixar o João Mateus viver a sua vida. Saí e estava indecisa para onde ir. Tinha o telemóvel em silêncio como habitual e fui para a cidade onde não o ouço (telemóvel). Andei às voltas, até que decidi ir a um restaurante e tive a confirmação de ser o local ideal, por encontrar um lugar à porta!

Lembro-me de ter pensado nessa manhã “Será que o João Mateus já se esqueceu que é Divino?” Isto porque o desenvolvimento dele e integração na Vida era absolutamente incrível.

Almocei e voltei a andar às voltas até chegar a hora de fazer a aula de Biodanza. Nessa aula, excepcionalmente, foi uma mãe com a filha e lembro-me de pensar “esta mãe faz-me lembrar a minha escravidão com o meu filho nos 2 primeiros anos de vida dele…”

E então, saio da aula, entro no carro e vejo o telemóvel – 14 chamadas não atendidas da Escola… penso “xiça! Que exagero!” depois algo em mim despertou… “epá, deve ter acontecido algo”. Senti o coração bater com mais força quando percebi que um dos meus maiores medos tinha acontecido. Sim, era um grande medo pelo qual nunca me deixei levar. Acredito profundamente que quando algo tem que acontecer acontece. Não há hipótese. Então liguei de volta e a outra Directora atendeu o telefone e disse a chorar “desculpa… o João Mateus está no hospital” e eu ouvi uma voz interior dizer “hmmmm… é muito sério por isso é importante manter a calma e dirigir-me até ao Hospital com muita calma, pedindo ajuda aos Anjos e manter a minha energia bem focada para fazer o que tem que ser feito. Sim, porque se ele foi para o hospital é porque algo ainda pode ser feito.” E decidi não perguntar pormenores para não me perder na imaginação. As minhas perguntas foram “está em que hospital?” “nas urgências normais?” e depois disse “está tudo certo Sofia. Até já” e lá fui, muito calmamente, com uma paz necessária ao meu bem-estar e para não desperdiçar energia. Liguei ao Klaus (pai do João Mateus que vive no Alentejo) e expliquei o que se tinha passado e pedi-lhe que viesse se lhe fosse possível. Depois também liguei à nossa médica quando já estava quase a chegar. Como não sabia o que se tinha passado lembrei-me que o João Mateus não tinha vacinas e que caso tivesse sido perfurado ou algo assim seria muito importante dar essa informação à equipa do hospital e eventualmente uma informação extra que a médica achasse ok. O que a médica disse foi que eles sabiam o que fazer. E lá continuei eu seguindo as placas com muita calma para não me perder e desperdiçar energia. Esta paz interior na viagem até ao Hospital foi fruto de muita aprendizagem dos últimos anos em que me percebi da inutilidade total de me preocupar e sobretudo do sofrimento e desperdício de energia que a preocupação gera. Repeti tantas vezes o mesmo erro que finalmente aprendi algo.

Cheguei e explicaram-me o sucedido. A situação era preocupante. Ele tinha-se afogado na Escola e tinha estado 40 minutos sem respirar, sem batimento cardíaco. Lembro-me que só queria ir ter com ele, para o ver e sentir e entrar em acção.

1º dia

Quarta-feira – 26 de Maio de 2010.

Era o dia em que ele fazia 2 anos e 8 meses.

Assim que o vi, senti-o ainda presente. Quando comecei a cantar a música ”A Lua, as estrelas, nada se compara à tua beleza. Tu nasceste para encantar e para inspirar. E dizer que Te Amo, Te Amo, Te Amo” ele reagiu. A temperatura do corpo estava baixa mas a minha energia estava tão forte que passado pouco tempo a temperatura do corpo dele começou a subir. Tinha uma mão dada à dele e a outra estava na palma de um dos pés.

Para além desta passagem de energia, cantei todas as músicas que me saíam do coração. Falava as brincadeiras preferidas dele. Fazia tudo para o trazer de volta. Não pensava em nada… E ele começou a voltar mesmo!

Quando o Klaus chegou, ele também reagiu. Passadas algumas horas voltou inclusive a abrir os olhos! 8)

Nos intervalos de trabalho lá dentro ia até à natureza, estar com árvores e desabafar o que ia cá dentro. Chorar. Chorar muito. Falar com Deus. Falar tudo o que sentia. E pedi “Se eu tenho algo a dizer Deus, a minha vontade é que ele regresse.” Tudo era possível. E eu acreditava mesmo que tudo era possível. Passámos a noite com ele, eu e o Klaus. Com espaços para descansar. Bom, dentro das condicionantes do Hospital que só tem cadeiras de recostar e uma sala com duas cadeiras para um Serviço para muitas crianças. Sei que tem vindo a evoluir mas tem sido mesmo a passo de caracol porque as condições são muito más para quem quer dar apoio a um ser que está nos cuidados intensivos. Durante a noite os enfermeiros também vivem condições muito precárias.

Nós estávamos com muita esperança de que ele iria voltar e preparados para o que viesse! Sim, naquele momento tudo o que nos tinha separado nos últimos anos, a mim e ao pai, desvaneceu-se. Nós queríamo-lo de volta.

2º dia

Quinta-feira – 27 de Maio de 2010

Falámos de manhãzinha com a Médica e foi-nos dito que em situações destas a possibilidade de sobreviver é muito baixa e caso ele sobrevivesse, ele iria ter lesões cerebrais permanentes.

E foi então decidido fazer-se um TAC e plim! Magia, depois do sucedido o TAC não mostrava lesões permanentes. Nessa altura ainda respirava sozinho – quando fez o exame foi sem o ventilador. Passei esta informação às pessoas que nos acompanhavam e foi mesmo o 1º milagre e uma imensa fonte de Fé.

Entretanto a temperatura dele tinha ido para febre. De manhã comecei a colocar rodelas de limão nas palmas dos pés dele – truque que a nossa médica me tinha ensinado como técnica natural para ajudar a baixar a febre, e a verdade é que ele já dançava com o corpo. Ele até já levantava os braços e as pernas estavam muito sensitivas. A enfermeira do turno de dia era estudante de medicina chinesa e ensinou-nos mais um truque e funcionou! Senti que estávamos mesmo no bom caminho!

Ao longo do dia pedi Apoio lá acima e pedi Luz. E foi o que senti… senti muita luz. Revi muitos momentos com o João Mateus, os bons, os maus. Agradeci os bons e pedi perdão pelos maus. A cena mais recorrente dos maus era quando eu o obrigava a relaxar para adormecer, obrigando-o a estar nos meus braços – ele esperneava, chorava e depois adormecia. Aconteceu poucas vezes, umas 10 mas foram momentos que espelhavam bem o meu desespero em estar emocionalmente sozinha a cuidar de uma criança. Estar numa casa onde eu não conseguia relaxar porque eram tantas as coisas com as quais eu não concordava, comer açúcar, ver televisão, ouvir 200 “não” num espaço de 1 minuto, enfim… e nunca tive coragem de mudar… por causa da segurança material. E também me lembrei como às vezes era tirana e tantas vezes que ele me pediu chocolate e eu disse “não”. Lembro-me de falar com ele no hospital e dizer “sim, podes comer o chocolate todo que quiseres durante um dia.” Mas claro, o mais importante era irmos para junto de pessoas com a nossa forma de estar. E todos os pensamentos que me iam passando pela cabeça eu estava consciente deles, falava com o João Mateus e dizia “fiz sempre o meu melhor. E vou fazer ainda melhor. Vou aprender muito com esta lição.”

Desde o primeiro dia que começámos a pedir ajuda a várias pessoas e centros espirituais para enviarem luz. Ao final dessa tarde, recebo um telefonema de uma amiga que estava em contacto com ele a nível espiritual e que me disse que ele (João Mateus) não sabia o que se passava. Que ele precisava entender. Ele estava a pedir para eu falar com ele.

E assim fiz, passei a perguntar aos enfermeiros e médicos o que se passava com ele e a explicar-lhe ao ouvido. Comecei a notar então como era importante eu ter mais contacto com a equipa do hospital. Como era tão importante. E também percebi que mais ninguém poderia fazer o meu trabalho. Essa pessoa também disse algo muito importante “o João Mateus quer que vocês estejam presentes no crescimento dele” e isto deu-me força para iniciar algo de muito verdadeiro com o Klaus… disse-lhe coisas que nunca antes tinha tido coragem de dizer e decidimos que faríamos todo o possível para acompanharmos juntos o crescimento do João Mateus. Lembro-me que depois da primeira conversa neste sentido, de ter chorado convulsivamente e de me ter partilhado a um nível muito profundo, imaginei o João Mateus a olhar para mim de lado e dizer “hmmmmm… é um começo… bom esforço! “ e ri-me!

Chegou o início da noite e fui convidada pelo grupo que se reunia desde o 1º dia lá fora a cantar e a rezar pelo João Mateus. Fiz um círculo com eles e foi mágico. A energia foi incrível e saí de lá com muita Luz e inspiração. Continuei o meu trabalho.

Ao final do 2º dia no hospital estava cansada! Derreada… Era meia-noite, só um pai podia ficar e eu estava cheia de sono e lembrei-me de uma das mais valiosas lições do meu Mestre João Mateus – para ir para o Mundo tenho que cuidar de mim e descansar quando preciso. Nas minhas idas à natureza, quando pensava em morte as árvores dançavam com a brisa que, na minha experiência com a natureza, é uma confirmação do pensamento, mas não queria aceitar.

E com o cansaço a imaginação activou-se… comecei também a imaginá-lo cansado e a imaginar que depois de um trauma tão grande e de ter passado tanto tempo do outro lado que a recuperação iria ser lenta. Senti que era um grande esforço para ele continuar a ter os meus estímulos, canções e chamadas. O pai ficou com ele e eu fui dormir a casa de uma amiga da directora da Escola. Foi impressionante a generosidade dela. Foi maravilhoso ter dormido. Estava mesmo cansada.

3ºdia

Sexta-feira – 28 de Maio de 2010

Quando cheguei de manhã, o João Mateus estava muito calmo. Os olhos tinham voltado a fechar-se. Tinha uma expressão lindíssima. E uma barriga do tamanho de um balão. Ele não estava a conseguir digerir. Neste dia trabalhei muito e conversei muito com ele. Pedi perdão por tudo o que não consegui fazer ao longo da nossa caminhada juntos e agradeci todos os seus ensinamentos. Falei com ele mentalmente tudo o que sentia. Estava muito consciente de tudo. Ajudei-o a digerir as coisas fazendo exercícios com as pernas e colocando a mão na barriga dele. Muito trabalho que se estendeu durante toda a noite. Sempre a explicar-lhe o que se passava. Quando ele finalmente fez cocó foi incrível! As enfermeiras que trabalham todos os dias com este tipo de situação ficaram admiradas com a forma como eu lido com cocó. Foram 2 anos e 8 meses a apoiar o João Mateus a fazer cocó – ele fazia sem fralda, a pedido, desde os 4 meses de idade. E a primeira vez que eu tinha ouvido a médica dele a dizer “belo cocó” adoptara essa expressão como sendo a coisa mais natural do Mundo! E a verdade é que ele lá conseguiu expulsar aquilo tudo! Parecia mousse de chocolate mas claro o cheiro era horrendo, sobretudo por causa da medicação que ele tomara nos últimos dias.

Mas vamos recuar um pouco, entretanto, ainda durante o dia fizeram uma ressonância magnética ao João Mateus e lembro-me de uma voz me ter dito “diz que não queres nada disso” mas não tive coragem de seguir essa voz. O que os médicos não compreendiam é como é que ele não reagia aos testes dele sem ter lesões. E como nos hospitais há uma necessidade imensa de seguir as pressas e de tentar explicar tudo cientificamente quiseram fazer o exame. Acompanhei-o a cantar e depois de determinada altura já não me deixaram entrar. Senti que algo em mim quebrara. Quando ele tinha feito o TAC deixaram-me entrar e eu cantei continuamente para nós. Foi um momento lindo de Fé. No caso da ressonância foi um processo diferente. Também estava mais cansada. De qualquer modo, lá fora, fiz movimentos e pedidos de ajuda para Anjos o apoiarem. Sentia-me sozinha nessa altura, sem coragem para dizer o que sentia aos médicos. Estava muito só com o João Mateus, isolada de todo o resto. Estava ainda muito no papel de mãe solitária incapaz de mobilizar pessoas, de falar o que sentia, de fazer a diferença, de pedir ainda mais ajuda, de acreditar na minha intuição.

Durante o tempo de ir para o local onde foi realizada a ressonância magnética, fazer o exame e voltar passou-se um período de cerca de hora e meia em que o João Mateus esteve sem o ventilador, ou seja, a respirar sozinho e também sem medicação. Este tempo foi longo também porque a primeira vez que fomos faltava uma autorização para realizar o exame. Lembro-me de ter ficado feliz mas depois lá fomos outra vez… Eu sentia que algo iria mudar com aquele exame mas não tive coragem de seguir o que sentia. De dizer “não”, vamos esperar. Também porque já estava cansada do processo. Algo que me caracteriza e que tenho vindo a melhorar desde que fui mãe é fazer as coisas cheia de força de início e depois não conseguir manter essa energia. Este foi mais um caso e mais um passo na minha aprendizagem.

E orei muito, o que sentia, pedia a cantar vezes sem conta “Anjo da Guarda do João Mateus, trá-lo bom de volta” e imaginava o Anjo da Guarda dele a trazê-lo de volta.

Mas realmente, depois da ressonância magnética algo mudou.

Nessa noite falámos com uma médica que viu a ressonância magnética dizendo que só viam lesão no tronco do cérebro, o cérebro primitivo. Acrescentou que as lesões não eram permanentes. O resultado da ressonância indicava que o lado primitivo do cérebro, aquele que cuida das funções básicas do corpo como comer, fazer cocó, andar, etc. estava com um mioma. Expliquei-o ao João Mateus e novamente a minha amiga falou comigo e pediu para eu explicar ao João Mateus o que ele poderia fazer com essa lesão. Segundo ela, o João Mateus estava a tentar regressar ao corpo mas algo estava diferente. E que era importante ele perceber o que se passava e saber o que poderia fazer com uma parte do corpo estragado. O que senti nessa altura a nível profundo é que ele (João Mateus) estava a ajudar-nos a perceber o que se estava a passar também a nível médico e a preparar-nos para algo. Por outro lado estava muito confiante porque a Educadora dele na Escola tinha sonhado que ele estava num ovo e que estava a tentar partir a casca para sair. Primeiro não conseguia mas depois partiu a casca e foi a correr ter comigo. E eu fiquei essa noite com ele, fazendo o meu trabalho de lhe explicar o que se ia passando.

4º dia

Sábado – 29 de Maio de 2010

Amanheceu e continuámos no nosso processo intensivo. Também com o Klaus. Lembrei-me que a certa altura ele ia a fugir e eu não deixei! E fiquei tão feliz por o João Mateus estar a fazer tantos milagres acontecerem. Sendo esse realmente muito forte – voltar a juntar os pais para eles finalmente dizerem tudo o que sentiam. Foi o que fiz, pela primeira vez. Limpei muitos pensamentos e coisas do passado neste processo. Falei, falei, falei tudo o que me vinha à lembradura!

Era o 4º dia no hospital e eu continuava a falar com o João Mateus tudo o que sentia, continuava a pedir perdão por tudo o que tinha “errado”, tudo o que poderia ter feito de diferente e disse-lhe que ia continuar sempre a fazer o meu melhor e que sim, algo iria mudar na minha vida. Cantava, explicava, falava com enfermeiros e médicos o que sentia, colocava perguntas, enfim, senti que eu era um canal de presença forte naquele espaço tão cheio de máquinas e crianças doentes.

Este dia foi muito difícil porque o João Mateus já não estava a responder como antes. As únicas reacções mais fortes de que me lembro foram quando o Klaus massajou a orelha dele. E quando o Klaus cantou uma música, caiu uma lágrima. Neste dia falámos com uma Neurologista que viu a ressonância magnética e que nos disse que não havia hipótese nenhuma de ele alguma vez voltar a ser como antes do acidente. Eu continuei cheia de esperança e a acreditar em milagres, mesmo depois deste dia tão longo.

Aproximou-se a noite e eu estava cansadíssima outra vez. Tive que ir. Desta vez fui para um hotel perto do hospital e assim que entro vejo 3 paraplégicos em cadeiras de rodas que vinham de uma competição desportiva. Ganhei logo novo alento e pensei “sim, este pode ser um dos destinos do João Mateus – um campeão”. E até imaginei que poderia ser a nadar depois do sucedido. E também me lembro de ter pensado que eu e o Klaus iríamos fazer de tudo para que ele tivesse as condições necessárias, mas imaginei-me afastada dele. Não me imaginei a viver vida de mártir. Nem ao Klaus. Nem ao João Mateus.

Dormi e ao acordar a meio da noite (2 horas da manhã) liguei para o hospital. O Klaus disse que ele estava com uma expressão lindíssima, os lábios relaxados. E eu, no quarto, desenhei um desenho de cura para o cérebro do João Mateus. Passados alguns minutos o Klaus telefona de volta e senti que não era por um bom motivo. A tensão dele estava muito baixa, tudo a decrescer novamente, inclusive a temperatura. Por essa razão, a equipa do hospital permitiu que ficássemos os dois lá.

Voltei cheia de nova energia e lembrei-me do que tinha feito de início e dei-lhe as minhas mãos. A temperatura voltou a aumentar um pouco. Mas algo mudara… a barriguinha dele estava plana, finalmente. E a tensão continuava muito baixa.

5º dia

Domingo – 30 de Maio de 2010

Dia da Santíssima Trindade

Este 5º dia foi um carrossel de emoções e de acontecimentos muito profundos, banhados por uma Fé e entrega imensas. Era o dia da Santíssima Trindade. E um Tio meu tinha-o consagrado à Santíssima Trindade. Na altura estava longe destes factos mas a verdade é que me sentei à beira da cama dele e pedi um sinal a Deus. Passados alguns segundos, a tensão dele sobe milagrosamente e uma enfermeira que ia a passar deixou cair uma tina de água! Senti o sinal muito forte, já tinha aprendido com o meu Mestre a entregar-me à vida e a Deus e falei com uma das directoras da Escola que reunia o tal grupo que se reunia de noite desde a primeira noite no hospital e com quem eu já tinha dançado e orado, e pedi para que ela ligasse a todas as pessoas que acreditassem em milagres que viessem… eram umas 10 horas e começaram a vir… Senti muita energia e muito Amor. Foi linda a sensação! Também falei com a equipa médica e disse “ok, agora podemos fazer alguns disparates. Estamos mesmo na fase dos milagres.” E pedi-lhes para tirar o João Mateus da cama e dar-lhe colo. E assim aconteceu. O coração dele bateu mais depressa e a tensão também aumentou para níveis aceitáveis. Acreditava que tudo era possível. Até veio um médico que tinha estado com ele na 6ª feira substituir uma médica por breves instantes mas o suficiente para falarmos sobre o caso dele e ele realmente, sem o observar, disse que o mioma tem a fase crítica no 5º dia mas que depois pode começar a decrescer. Eu fiquei totalmente entusiasmada! O Klaus encontrou um contacto de um hospital que cura com a imaginação e quando ele estava a ligar para esse hospital (Petrov Fund), os médicos queriam falar connosco. Ele estava muito diferente, os olhos fechados, já não respirava sozinho, enfim. Lembro-me que antes de ir para essa conversa tinha um top e algo em mim me bloqueou de eu levar aquele top sem casaco. Sinto que foi nesse momento que tudo mudou. Estava, devido ao cansaço, e ainda a crenças do passado, a importar-me com os outros. A deixar-me influenciar…ainda não estava preparada para um milagre destes. E então, os médicos falaram da importância de uma decisão para a possibilidade de doar os órgãos. Isto porque de acordo com os testes deles tudo indicava que o cérebro do João Mateus estava morto.

E então peço novamente um sinal a Deus, sentada sozinha à beira da cama do João Mateus. E vem o Klaus, com uma mensagem de uma médium (Sílvia) de um centro na Suíça que tinha estado a enviar luz, em grupo, para o João Mateus nos últimos dias. A mensagem era: “Eu estou muito bem agora. O meu estado actual permite-me fazer o serviço óptimo à humanidade. Quero que o grupo pense nos meus pais e lhes envie consolação. Sílvia diz-lhes para cantarem uma canção para os meus pais: Ámen, Ámen, Ámen. Eles vão entender.”

Para mim esta mensagem era a despedida. E aceitei e fui até ao grupo que estava lá fora a cantar e partilhei um dos ensinamentos do meu Mestre dos últimos anos “É precisa tanta coragem para continuar como às vezes para parar” e desabafei o que me ia na Alma e o grupo tomou um novo rumo: apoiar a fase seguinte com a sua entrega, Amor e devoção.

Decidimos doar os órgãos e às 10 da noite ele foi transferido para doar o seu coração a um bebé em Portugal e o fígado a um bebé em Espanha.

Para mim, este tempo no hospital foi o tempo perfeito para a despedida, para as conversas, para tudo o que foi feito. Olhando para trás, eu estava apenas a viver cada momento, muito intensamente. Sem pensar. Foi um tempo precioso. Estou muito grata por tudo.

A minha oração para a viagem que o João Mateus fez até local de remoção dos órgãos e sentindo também a viagem dos órgãos para os vários locais foi “que esta doação leve inspiração e esperança a quem estiver envolvido neste processo. Ámen (que isto ou algo melhor aconteça).”

Depois de nos despedirmos dele fomos até um local perto do mar e dormimos a noite toda eu e o Klaus. Antes tivemos um conflito em que ele ia a fugir outra vez e eu fui lá! Estávamos mesmo cansados!

Na manhã seguinte vi, pela primeira vez, uma luz a mover-se lá em cima, em sintonia com um zumbido no ouvido e durante o mesmo período. Foi lindo…

Desci para tomar o pequeno almoço e numa altura chave ouvi a música “Hope I live to tell the secrets I have lived untill now, or they will burn inside of me” e percebi que não queria fazer muito mais do que continuar a bênção da vida a partilhar as minhas lições de Vida.

Nesse dia pedi ao José para fazer o caixão do João Mateus – uma barca e pedi à Maria para fazer uma túnica branca para o corpo no dia da sua homenagem e cremação, tendo a intuição de que iria ser no dia de Corpo de Cristo. Tudo isto veio até mim de forma muito natural! O 1º José com quem falei, o meu Tio, disse que não tinha tempo para fazer a barca, o 2º foi o Tio Manuel que ficou de pensar e depois lembrei-me do José, jardineiro que tratava do jardim da Escola e que ajudou a reanimar o João Mateus depois dele se ter afogado e Plim, assim que lhe falei nisso ele disse que seria uma honra. E ele fez a barca na Escola… tão linda… com a nossa ajuda (minha e do Klaus) e com a ajuda de vários pais na fase final de lixar. No dia em que ficou preparada coincidiu com a entrada de muitos pais na escola por causa de uma reunião. O momento foi mágico. Não foram precisas palavras para que todos entendessem o que era aquele barquinho.

A Maria é a Maria do Rosário, a Rosarinho do início desta história, a avó do João Mateus que no final da tarefa disse “esta foi a tarefa mais difícil que já me deste”. A verdade é que a túnica estava um esplendor. Mas já vou muito à frente.

No dia a seguir à morte do João Mateus, no dia da Santíssima Trindade, depois de ter feito os pedidos a José e Maria, fui descansar durante o dia e ao final da tarde fui ter com as directoras da escola, uma professora e outra mãe e ficámos juntas durante a noite.

Falámos de muita coisa. Veio a Verdade ao de cima. A mãe que me tinha dito que o João Mateus estava no grupo sabia que ele já tinha fugido. E a educadora assistente também o sabia mas não me disseram nada naquela manhã em que eu ainda estava na Escola. Senti paz ao sabê-lo e sabia que iríamos falar sobre isso em breve. Uma das Directoras da Escola também me disse que no dia em que o João Mateus se afogou, uma amiga dela tinha sonhado que recebia uma mensagem no telemóvel: “O João Morreu” e foi tão real o sonho que quando ela acordou foi ver se tinha essa mensagem no telemóvel. Ela teve este sonho sem saber de nada. Um amigo meu também sentiu nessa altura que o João Mateus já não estava na Terra, sem saber de nada. Para mim, estes testemunhos, são a prova de que realmente nós somos capazes de comunicar telepaticamente e de que estamos todos ligados.

Foi uma noite maravilhosa. De manhã voltámos à Escola e o Klaus também veio. Estava um dia de Sol maravilhoso, esplendoroso. Felicidade era o que sentia que aquele espaço estava a emanar. O José começou a fazer a barca nesse dia.

E já tínhamos pensado eu e o Klaus em limpar energeticamente o espaço onde o João Mateus se afogou.

Fomos até lá e sentimos muita tensão. Falámos alto, descarregámos essa tensão, olhámos um para o outro, despimo-nos e fomos nadar lá. Já tinham esvaziado o tanque e estava quase cheio outra vez. Assim que caí na água, vi uma águia no céu e senti uma felicidade imensa. Para mim a águia confirmou que eu e o Klaus estávamos a conseguir ver toda esta situação com olhos de águia, de uma perspectiva diferente dos outros animais que vivem em contacto com a terra. Uma perspectiva muito diferente. E nadámos, divertimo-nos, dançámos na água e a certa altura lembro-me de me sentir como um golfinho. E, para mim, esta foi a melhor limpeza que podíamos ter feito, para nós, para o João Mateus e para o espaço. Depois fizemos uma oração com incenso. Bem, o Klaus fez isso enquanto eu subi a uma árvore para comer nêsperas. Foram as nêsperas mais deliciosas da minha vida!

Lembro-me de pensar a certa altura que era possível até que o afogamento do João Mateus tenha sido com muita Paz, nada do que eu tinha imaginado no Hospital.

Depois almoçámos com a equipa da Escola que estava em limpezas e a seguir fomos descansar. Foi neste momento de descanso que revi os dias no hospital e escrevi datas, sinais, enfim, grande parte do que está factualmente descrito nesta história.

No dia seguinte, eu e o Klaus trabalhámos muito as nossas emoções. Falámos muito um com outro.

À tarde fomos até à Escola e, no bosque, falámos com as pessoas que estavam com o João Mateus na manhã do acidente. Revemos tudo e senti uma imensa felicidade por a verdade ter sido falada sem medo de julgamento. Sem medo que nós os culpássemos pelo sucedido. As assistentes não me disseram nada naquela manhã porque acreditavam que o iriam encontrar como já era costume. A verdade é que eu acredito que nós falamos com os olhos e eu consenti tudo e não me senti culpada porque sempre dei o meu melhor e queria seguir a minha vida. Naquela altura estava tão cega que não conseguia imaginar uma vida diferente da tradicional de cidade em que os filhos estão nas suas gaiolas douradas e nós fingimos que não faz mal porque temos os nossos desafios. Aceitei tudo. Compreendi tudo. Foi um momento muito lindo de partilha profunda e, acredito, com um grande potencial de transformar as nossas vidas de forma luminosamente permanente.

Depois senti que era para estar sozinha. Chegou a confirmação de que a cremação iria ser mesmo no dia de Corpo de Deus e passei a noite sozinha.

Quinta-feira – 3 de Junho de 2010

Dia do Corpo de Deus

Dia da Cremação do Corpo e Homenagem ao João Mateus

Ao acordar, veio até mim a informação de que não deveria estar nenhum Padre presente na homenagem ao João Mateus antes da cremação. Falei com o Albertino, levantei a voz até que ele ouviu e assim foi decidido.

Fui a primeira pessoa a chegar ao cemitério e fui falar com as pessoas que cuidam do espaço de cremação. Inteirei-me do que tinha a inteirar, falei com algumas pessoas que iam chegando e dei graças a Deus por o Albertino estar a tratar dos pormenores burocráticos.

A cremação foi no cemitério dos olivais, o local das oliveiras, árvore que simboliza a paz e fui sentar-me à sombra de uma. A beber água. O Albertino e a Rosário mais uns familiares acompanharam o corpo do Instituto de Medicina Legal até ao cemitério. Foi maravilhoso ter a companhia dos meus amigos na oliveira enquanto esperava por eles e pelo Klaus.

E então… o corpo chegou na sua barquinha de pinho, o corpo vestido pela túnica branca de algodão, esplendorosa, com flores frescas à sua volta. Um pormenor, o corpo já não podia mesmo ter a Luz do João Mateus lá dentro. Senti isso profundamente. E coloquei-me na posição que senti, com o Klaus ao lado e a filha dele, a Jackie, do outro lado. Fizemos uma meditação com a Ajuda de um querido amigo e a seguir as pessoas começaram a chegar.

Inicialmente senti que aquele poderia ser um momento de grande expiação da dor das pessoas que lá estavam e comecei a cantar intuitivamente, sem pensar em mais nada que não luz. As músicas eram as que cantava nos últimos dias sozinha e com o grupo que tinha acompanhado o processo e cantado todos os dias perto do hospital. E foi lindo… falei tudo o que sentia a nível profundo. Como via o corpo dele. O Klaus também falou o que sentia. Cantámos mais. E às tantas o Albertino também falou o que sentia e eu só pedia ajuda lá acima 8) foi maravilhosa a sensação. Senti tanta tanta Luz…

E chegou a altura de o corpo ser cremado e eu pedi às pessoas para cantarmos uma música que fala sobre a ida para o paraíso numa língua indígena “noiana noia nanoiana” e a verdade é que cantámos, depois fomos lá para fora, cantámos, dançámos, com o coração… e quando acabámos, intuitivamente, as cinzas estavam prontas para serem levadas. Coincidiu até com intuição de queimar cedro para limpar a energia do local. Foi perfeito!

E depois fomos até um local para deitar as cinzas. Fizemo-lo em grupo, junto de rochas, no mar. No último momento chorei. O que restava do João Mateus estava totalmente entregue.

Uma amiga muito especial que esteve presente na homenagem enviou-me uma mensagem uns dias depois: “Olá meu amor, não tenho palavras… ainda hoje minhas lágrimas correm, não de tristeza mas sim de felicidade, ainda hoje estou nas nuvens, nunca antes na terra tinha estado perante semelhantes mestres, semelhante sabedoria… que magia, o João Mateus fez verdadeiros milagres senti a presença de Jesus todo o tempo, descrevo como o vi de braços bem abertos para o ar, todo vestido de branco do seu pescoço saia um véu entre o castanho , bege, seu rosto mostrava uma enorme alegria e gratidão, como se de seus lábios sai-se uma gratidão por na terra algo assim acontecer, João Mateus trouxe cura trouxe uma nova esperança e tal como Jesus fez deu sua vida terrena para transformar.

amei ouvir o pai do João, amei ouvir-te, amei a todos, a minha gratidão por palavras não chega.”

E é verdade, nesse dia, assim como nos dias anteriores, sentia-me solta, livre, com coragem para ser o que sou, sem pensar. Esta partida ajudou-me a perceber que é possível eu ser genuína e corajosa, em especial quando apenas sigo o meu coração, o Barco do Amor.

Seguiram-se alguns dias de repouso com um grupo de amigas no Alentejo com a ajuda dos Anjos e regressei agora com o Klaus a um dos locais mais prováveis onde concebemos o João Mateus. Para escrever, meditar, fechar um ciclo em consciência, Paz e Amor.

Algo que me tem ajudado MUITO em todo este processo é a comida. Sigo uma dieta Macrobiótica de momento e a minha consciência mantém-se bastante elevada. Os momentos mais emocionais são quando estou cansada e preciso do meu espaço. Graças ao João Mateus conheço-me cada vez melhor e sei o que preciso. Aceito tudo o que vem de mim e mantenho-me muito alerta e atenta. Estou ao Serviço. Se alguém quiser ouvir-me falar sobre esta história, com intuito de ajudar pais ou pessoas a enfrentar o processo de Morte, Partida, Regresso a Casa, o que lhe quiserem chamar, estou disponível.

Antes desta passagem, queria escrever e dar-me ao Mundo mas não sabia por onde começar, faltava algo… uma peça do puzzle…

Grata João Mateus, Grande Mestre. Grata por tudo. Grata Vida. Grata Deus.

Descobri que depois de aceitar todo o sofrimento, só vem Luz, MUITA LUZ.

Vanda Cristal

Quem é?

Peregrina da Vida. Mulher apaixonada e ao mesmo tempo consciente. Atitude de menina e sabedoria intemporal – brincadeira e serenidade numa só Pessoa. Tenho vivido e sofrido muitas transformações ao longo da vida. E também tenho muitos momentos lindos e maravilhosos. Encontrei um caminho de profunda espiritualidade e estou nesse caminho de consciência e aceitação. Quero aprender a voar continuando a caminhar pela vida, partilhando as minhas lições de vida com quem as queira ouvir.

Porquê este testemunho?

Fui mãe a tempo inteiro durante 2 anos e atravessei o deserto, ganhando grande maturidade. Depois de 8 meses de adaptação à Escola, o “meu” filho decidiu partir.

Eu queria seguir o meu rumo e ele seguiu o dele. Escapou da Gaiola Doirada e voou lá para Cima.

Na experiência de partida do João Mateus, senti-me um Canal de Luz do Mundo Divino para os outros. E senti a presença e Ajuda de muitos Seres de Luz.

E continuo no Caminho de Luz, prático e espiritual de Perdão e Gratidão. Servindo.

Para mim, a vida é uma S.E.C.A. = Sentir, Exprimir, Criar, Amar.

A minha experiência com o Reiki marcou-me em dois momentos muito fortes, já depois de ser mãe. No reiki 1 recebi uma mensagem poderosíssima e muito clara de Deus para mim e meu processo: “Faças o que fizeres, terás sempre mais uma oportunidade”.

o reiki 2 recebi a mensagem, também muito clara, do meu Eu Superior “Vai, continua o teu trabalho de ajudares a construir o Paraíso na Terra”

Todos os Caminhos Vão Dar ao Coração

http://ocaminhodavandapereira.blogspot.com

A verdade e Cumprir Promessas

Hoje dei menos colo ao João Mateus… dou abracinhos, brinco com ele, vamos a sítios desconhecidos e às tantas ele pede os avós.
Flexível, ingénua e meio perdida naquele momento digo "então vamos ver os avós". Vou no caminho e ele adormece. Páro no meio de eucaliptos, faço auto-reiki e uma voz insiste "queres mesmo ir aos avós?" e a outra responde "sim, sim. e se lhe disse que ia é fundamental cumprir o prometido" hmmmmm…
a Verdade é que não me apetecia ir e bloqueei essa voz, baseada num princípio que até hoje era fundamental para mim. mas deixou de ser. Fomos ao local onde estavam os avós e o meu comportamento e o dele mudam. Crise de momento. Decisão nova: ir embora o mais rápido possível. Entramos no carro. Plim! Magia. O mau estar desaparece.
Chegados ao nosso ninho pergunto "o que queres dos avós?" e ele responde "pão com banana" aaaahhh, ok. vamos comer pão com banana 8) e assim foi. Que grande aprendizagem.
Aprendi que o mais importante é eu dizer o que sinto e se mudo de ideia, seguir o que sinto, não o que prometi. Ele sempre entendeu o meu tom a explicar as coisas. Quando há clareza, inteligência e bom senso ele acompanha-me sempre 8) com Paz e Alegria *

Noites Desafiantes

Ontem fui autoritária com o João Mateus e ele é tão sensível que bloqueou… acordou a chorar várias vezes de noite e quem bloqueou fui eu! ainda tantos pensamentos dispersos, dúvidas…. de manhã havia a certeza de que foi por ter sido autoritária ao obrigar o João Mateus a sentar-se na sanita para fazer cocó…. foi precisa a noite desafiante para perceber claramente. estou muito grata ao meu filho, o meu grande Mestre….. uma grande mudança é que já não sofro com os erros! esta é uma enorme e grandiosa diferença… fruto do grande sofrimento nos últimos anos……. que agora me dá paz…. =)

algo que notei que ainda sucede é a necessidade de culpabilizar alguém externo pelo sucedido…. atribuir a culpa… e a quem o faço? a quem está mais perto! no caso de ontem ao Albertino (meu Pai)…. ainda tenho essa necessidade, se bem que agora consciente.. o que limpa também o sofrimento…. também, mais uma vez, é nos desafios que abro os olhos para situações às quais me acomodo e sobre os quais sou 100% responsável. Eu decido. Sempre……
quero lembrar-me meu Deus que o JOão mateus é uma criança e que não se pode defender…
quero continuar a dar o meu melhor sem culpas dos meus erros e aprender todos os dias a Amar o próximo como me Amo a Mim… quero Apender a Amar-Me Sempre =)
Incondicionalmente *

A Escola do João Mateus

Aconteceu! Por entre Medos, Resistências e Apego consegui seguir a Vida até à Escola do João Mateus. É tudo o que sonhei, o encaixe perfeito, o espelho perfeito. YES!

No dia em que senti que o meu coração estava pronto para o libertar algo aconteceu. Tinha passado uma semana e era a altura de ele ficar lá o dia todo – senti-o profundamente. Coincidiu com o 21º dia de Auto-Cura de Reiki. Foi tão forte, tão forte, tão forte que literalmente quase me suicidei. De forma ilusória, numa viagem de sincronidades incríveis fui ao Encontro do meu Maior Medo – Amar é Morrer. Este Medo Porfundo do tamanho do Papão sempre me consumiu e me impediu de Amar… Incondicionalmente. Sem reservas. Sem Limites. Sem Imposições. Sem Amarras. Apenas Aceitação Profunda de quem Sou e do Outro.

E what a Ride!! What an amazing ride life is. Poupo os pormenores aqui neste espaço mas vos garanto que foi uma imensa aventura. Voltei a casa a viver todos os meus medos incutidas na infância: A Bela e o Monstro, A Bela Adormecida. tudo o que a minha Alma Pura e Inocente mamou desde pequenina. Percebi que TUDO o que um bebé ouve ele acredita. Empregna-se-lhe nas célulazitas e PUM vive o que lhe dizem como a verdade mais absoluta. aahhh, mas sem coitadinhos =) eles vieram cá porque pediram. Todos nós vimos a este Mundo porque Adoramos este Jogo Incrivelmente Alucinante. Aterrar neste Planeta é Uma Viagem de Descoberta e de Aprendizagem sem Igual e Todo o Universo!Grata Por TUDO. Pelos Amigos Incríveis que estão nesta Vida, pelos desconhecidos, pela Polícia, por TUDO! Descobri que CONFIAR é VIVER.

Estou a escrever aqui no CCB no Restaurante quadrante e estou mesmo ao lado de um palcard que diz “É expressamente proibido estudar neste estabelecimento” Levantando os olhos do teclado, esboço um sorriso matreiro. Está toda a gente a estudar aqui. lol há aqui algo que não entendo. vejo a Conceição e vou ter com ela. Digo “sinto-me desconfortável aqui a estudar quando está este sinal por cima de mim” e ela diz com uma doçura de quem já viveu muito “aah pois… posso falar com o gerente. este gerente aqui não se importa mas isto foi com a aprovação da Direcção. Sabe, agora que isto está fraco não há problema mas às vezes queremos tirar daqui as pessoas à hora do almoço e elas não querem sair” aháaaa percebi, compreendo e Apoio. É a forma que eles encontraram, porque não conhecem outra, para mandar pessoas embora que não os compreendem.
Aconteceu algo idêntico no dia 9 de Setembro deste Ano. Estava na Gulbenkian e chega a hora de almoço e vem um Brasileiro cheio de força, a expulsar as pombas e a colocar uma mensagem nas mesas “Esta mesa está reservada para o Almoço” senti-me desconfortável e fui falar com a gerente. Uma Sra lindíssima e inteligente. Expliquei o que senti e dei uma sugestão, com base na minha experiência de vida em Comunidade: Tocar um sino, agradecer a presença, convidar quem queira para o almoço e dizer claramente que aquelas mesas são para quem quer almoçar. São precisas para o efeito. Ah eu Sei. É um enorme desafio mas o resultado VALE A PENA. É lindo ver milagres a acontecer =)

O que Sinto, neste momento, Sobre Comida e Bolachas…

 
 
Pois é.. com a praia…. contacto com outros Mundos e o João Mateus anda deliciado com bolachas. Em especial as redondas, Maria, de Aveia e… o que Sinto é que desde que a comida não seja usada como instrumento de manipulação, está tudo bem. Como tudo, e de acordo com a minha experiência com o JOão Mateus, há alturas em que ele se apixona por um alimento e come, come, come. Depois farta-se!
 
pPa mim é um desafio enorme encontrar soluções criativas para a comida… mas é um desfio que estou a aprender a aceitar e a fazer o meu melhor cvom o mínimo de fundamentalismos.
 
Vivam as bolachas! Dão muita liberdade e conforto às crianças que não têm o que realmente precisam… e a vida é assim mesmo… por fases, de transformação, de consciência, de Amor e Aceitação =)

Instinto Paternal

Sinto que a Pressa no momento dá-nos menos tempo e filhos mais dependentes

Hoje o João Mateus dormiu pouco na sesta do dia. Quando é assim, geralmente, precisa de mais atenção em momentos mais desafiantes. Um exemplo de algo desafiante é beber um sumo de pacote e tirar a palhinha do plástico que a envolve e enfiá-la no pacote. Ele tentou várias e começou a pedir ajuda. Depois disse "tu já consegues". Ele tentou e não conseguia. Depois lembrei-me que ele está mais sensível e, parei o que estava a fazer, peguei nele ao colo e ele fez tudo sozinho =)
Depois pensei "hmmmmm, consegui transmitir-lhe a segurança necessária sem o fazer por ele (que é o instinto inato de quem tem muita coisa para fazer e que tira a hipótese à criança de fazer as coisas sozinha) e ainda assim, dando-lhe atenção e afecto"
Fiquei muito feliz e com vontade de partilhar =)

21 meses e meio – uma fase de grande maturidade

Este texto servirá de apoio quando em Setembro, começar a aproximar o João Mateus de um local com outras Crianças =)
 
Eis então um registo do que é visível no João Mateus, nesta altura:
  • Deixou de mamar há 2 dias =)
  • Muito Doce e Carinhoso – quando eu sugiro ou quando ele se lembra dá beijinhos a pessoas com o som "muuaaa" =)
  • Muito Brincalhão – brinca com qualquer pessoa que seja minimanete divertida, ri-se, ri-se, foge a brincar, uaaaau, dá gosto ver
  • Diz "frio" se sente frio
  • Sobe e desce escadas sem apoio, às vezes apoia-se de lado, às paredes e/ou corrimões
  • Gosta Muito de Gatos e Cães (excepto quando os cães ladram forte para ele) vai atrás dos gatos a correr e eles fogem dele =)
  • Sobe as redes de corda que dão acesso aos escorregas dos parques e escorrega sozinho
  • Anda de baloiço sozinho e diz "balanço" para pedir que lhe dêem balanço
  • Quando lhe limpo o rabo com água depois de ele fazer cocó, no lavatório, e lhe digo "podes ir para baixo?" ele flecte as pernas e ajuda-me =) às vezes quer brincadeira e depois de ir para baixo diz "para cima" e vai para cima depois para baixo, depois para cima e rimos os 2 quando também me apetece brincar (quando não estou incomodada com o peso dele, por exemplo!)
  • Brinca muito tempo sozinho =)
  • Brinca com meninos da mesma idade e mais velhos – ri-se muito, tem muito o espaço dele, os meninos seguem-no e fazem o mesmo que ele faz, faz coisas d vida real com os mais velhos (como por exemplo fechar à manivela o guarda sol)
  • Dá comida aos peixes todos os dias antes de se deitar, salvo excepções em que está com muita vontade de brincar
  • Gosta muito de superar desafios e ter liberdade para os superar
  • Tem contacto muito íntimo comigo, psicologicamente, fisicamente e espiritualmente
  • Quando tem curiosidade proporciono-lhe as expeirências de acordo com a minha disponibilidade e explico-lhe como se fazem as coisas em alguns casos
  • Adormece sozinho algumas vezes =) há uma semana que o tem feito várias vezes… sabe tão bem =)
  • Tem vida fisicamente muito activa – passeia com a Rosarinho (avó materna), com a Margarida (Amiga que cuida dele) e comigo pela praia, andar de transportes, pelo campo, pelo Mundo
  • Quando se afasta normalmente é para fazer chichi ou cocó sozinho (e gosta de fazer chichi e cocó lá fora), vai cheirar flores, ou apanhar maços de tabaco vazios ou lixo para colocar no caixote. quando ele fica sozinho e mais em silêncio é porque está perto da hora de fazer cocó e quem está com ele ou apanha do chão ou vai com ele para a WC e ele faz no chão da WC (normalmente faz 3 montinhos de cocó – ou seja, faz em 3 vezes. faz, levanta-se, acocora-se, levanta-se, acocora-se, etc)
  • Tem posição muito visível de quando quer fazer chichi – abre ligeiramente as pernas, às vezes "impa" com o relaxamento que faz à bexiga e fica parado a olhar para o chão com os braços também ligeiramente abertos e parados
  • Às vezes diz "chichi" quando quer fazer chichi
  • Ao acordar, todos os dias, vai ao meu colo do quarto para a WC e faz chichi na WC no balde =) às vezes também fazemos este ritual antes de ele dormir – quando ele não consegue adormecer e está visivelmente com sono
  • Gosta muito de brincar com carros em todas as posições possíveis e imaginárias. ultimamente tem brincado muito deitado =)
  • Gosta Muito de Andar e Correr, em especial, rampa acima e rampa abaixo =)
  • Sabe o nome da comida que quer
  • Gosta de contacto com pessoas no geral desde que não invadam muito o espaço dele =) adora flirtar, sorrir, mover a cabeça para os lados e derreter-se com o Amor que troca com as pessoas à volta dele
  • Gosta de decidir comigo o que quer fazer, vestir, comer, brincar, etc. É muito claro
  • Desafios com adultos – não gosta que o agarrem para o limitar (por exemplo, está a subir escadas e laguém tenta impedi-lo porque não sabe que ele já o faz muito bem sozinho), não gosta que não respeitem a sua opinião como um "NÃO" claro que ele tão bem sabe dizer, não gosta de autoridade
  • Gosta de estar ao colo para ver livros e, às vezes, comer
  • Às vezes gosta de comer deitado
  • Gosta d ebanho com muitas bolhinhas
  • Gosta de ´música relaxante e para dançar com harmonia
  • Gosta de jogos/brincadeiras de afecto (por exemplo, ficar de pernas para cima, levantar-se e cair sobre mim e pessoas mais íntimas várias vezes), roçar o nariz noutro nariz, fazer "cucu" e brincadeiras do género
  • Tem tendência para dizer "Isto é assim" e gosta quando as pessoas têm dúvidas e falam com ele – fica silencioso, pensativo e ainda + observador
  • Gosta de sentir coisas com a boca =)
  • Gosta muito de colinho
  • Gosta de ver bolas de todos os tamanhos a descer escadas
  • Gosta muito de tesouras
  • Gosta muito de trepar pelas pedras dos pontões da praia e já consegue fazê-lo sozinho =)
  • Gosta de andar descalço na relva, areia, mata, rua, estrada, rampas, etc
  • Gosta muito de livros de bolso com dicas – como "Toques de Luz", e "Mensagens dos Anjos" e "Encontro Amigo", etc. e dá às pessoas e elas vêm as mensagens e ficam felizes =)
  • Gosta de comprar a comida comigo
  • Gosta de dar a comida na boca de quem também lhe dá comida
  • Gosta de saltar trampolim comigo
  • Oferece comida aos meninos
  • Gosta de ouvir histórias sobre o dia, antes de adormecer à noite
  • Gosta de Brilhar
  • Gosta de dormir nu – e deixou de dormir com fralda aos 18 meses e meio
  • Desafios com crianças – não faz o que elas querem e às vezes gritam com ele para ele lhe dar atenção!, Sabe o que quer´e às vezes vai direito aos brinquedos dos outros meninos e simplesmente lhos tira e brinca – às vezes os outros meninos não gostam
  • Gosta de fazer coisas Sozinho – é Muito Independente =)
  • Dramatizar! =) vai a gatinhar devagarinho até um objecto com a mão estendida e a dizer "muito longe, muito longe" com a voz arrastada! outro exemplo: com um trator de brincar na mão finge que ele tem umas rodas muuuuiito pesadas e fica até vermelho de fingir que faz força para o ter nas mãos! =) lol

Ahô por tata dádiva e pela clareza e espaço interior de escrever tudo isto para ajudar pessoas que estejam com ele…

=)

As Palavras do João Mateus e mais umas coisinhas

Para registo. Colei um papel no vidro da janela há 3 meses e agora passo o conteúdo para aqui =)
Entretanto ele já une palavras e já está muito (já diz "muito" quando gosta de uma coisa =) avançado mas quero deixar aqui as palavras dele entre os 16 e os 17 meses.
 
Colo, É o Rei, Carro, Pópó, Gato (tato), Cão, trator, palha, bebé/s, máquina, mamou, papou, mamar, papar, mãe, mamã, avó, avô, vôvô, pai, olho (ouo), orelha (oeia), mão, meia/s, pé/s, pinha, pinhão (inhão), luz, baixo, abaixo, colo avó (23.02.2009), noz, dois, massa, três (tês), tecto, cucu, cola, dedo/s, narina, debaixo, pau, praia, bola, chave (axe), pico (quico), iô-iô, cruz (cus), cara, telemóvel, concha, Klaus (caus), queijo, amendoim, na, corta (cota), horta, calças, lixo, água, ´tá aqui, bolacha (bacha), pera, maçã, arroz, cócó, chichi, pato (tato), Amar, Mais, Mão, Paz, caiu, partiu, sapato (tato), árvore/s, meu, casca, caixa, papel, óleo, aquele, este/a, chá, carteira, mapa, sinais (inais), apoio, ajuda, embora, meu, pa mim, mota, calçar, mamar é bom, telemóvel, abre, olá, xau, boa tarde, Sol, Lua (bua), Feliz (iz), aqui.
 
Ontem disse bochecha =) e o nome do Avô – Albertino =)
 
também já diz "Eu" e "João Mateus".
 
já diz obrigada Amor =) he he que delícia =)
 
é maravilhosa esta fase em que ele já se exprime e diz o que quer… depois de muito trabalho…. a dizer as coisas para onde ele olhava quando ele olhava para mim em jeito de perguntar como é que se dizia. já dizer que comida quer também é uma grande ajuda depois do trabalho de consciência de dizer-lhe as coisas que ele comia sempre – tornou-se automático em mim =)
 
Anda é numa fase em que me bate! e lá estou eu a praticar a minha paciência e a dizer "não" com segurança, pragmatismo e carinho. E tenho um truque… digo como gosto. E ele já sabe como eu gosto. É só perguntar e ele dá-me festinhas =) quando está mais extrovertido é que "pum" dá-me com os dois brações dele! É mesmo instinto (nós não vemos TV)… uma sementinha a não ser regada…. sobretudo no exemplo. Já reparei que ele o faz quando está ao meu colo e não quer (quando por exemplo vou lavar o rabuinho dele com água depois dele fazer cocó ou quando se afasta de algo que ele estava a gostar muito como abraçar a Hortênsia e arrancar-lhe as pétalas sem querer porque gosta tanto dela – eis outra palavra – hortênsia =), ou quando falo mais agressivamente aos meus pais. ai o exemplo, o exemplo =) que bom é ter este espelho de Amor tão forte, que se chama João Mateus.

The House of Children

My vision is a place where children have the space to be from 6 months to 3 years with:
  • a space where everyone wants to grow
  • a space where people want to improve and learn with babies
  • where one of the major goals is to communicate clearly, peacefully and afectionally
  • people who see babies as light and full of wisdom beings
  • people who respect themselves and all life on earth
  • a real place inside for them to explore and play with the world
  • people who respect their uniqueness
  • volunteers who support an association of parents
  • a community of parents who are aware that the way they communicate with themselves is the way their children will communicate
  • a place of truth and autenticity
  • a place for a space without diapers and a net of people who have ecological awareness – building and experimenting new solutions
  • a place in Portugal – somewhere near the river/sea in cascais Coast
  • a place where people are aware and respect subtle energies
  • a space where children can run and explore nature
  • a space where children eat biological food, some directly from the trees – fruits and vegetables
  • a place where children can teache people how to assume resposabilities with fun, flexibility and creativeness
  • a place where people are seriuosly commited and on a strong, free of dogma, spiritual path
  • a place where different visions are accepted, talked about, experimented and integrated
  • a space where parents can be with the educators as long as the educators feel it’s the right thing for All
  • a space of Love and afection
  • a space where people are doing their best
The name of this place is for now "The House of Children", because the space will be their home during the day.

A casa da Criança

Esta é a minha visão do Local onde o João Mateus irá continuar a crescer

Procuro pessoas que tenham um sentir que se aproxime da minha visão e estou aberta a semear algo de novo, original, com muita flexibilidade e Servir

A Casa da Criança

Compromisso com a Comunidade

Workshops Educacionais; Edição de textos c vivências  de grupo ; espaço pós laboral c/ meditações e workshops para adultos (libertar a criança interior)

Actividades

Entender, Conhecer e Observar as Crianças e Bebés, proporcionando-lhes o máximo de experiências possíveis; deslocações a locais natureza – praia, etc.

Comunidade de Pais

Associação e/ou Fundação

Participam o máximo possível respeitando o Sentir dos educadores; espaço para trabalharem ocasionalmente

Alimentação

Comida Fresca, Biológica, coisas da Horta – árvores de frutos

Comunidade de Crianças

Um Espaço Familiar. O Poder do Amor Incondicional e da Responsabilidade Criativa. Os pais dão espaço aos seus filhos.

Rede de Voluntários e Amigos

Associações ambientalistas (apoio educação s fraldas); visita mães solteiras (e outras mães), etc

O Espaço

Horta

Tecnologia Solar

Espaços para explorar e correr

Doação

Permacultura

Parceiros

Nacional e Internacional – outras Escolas e Centros de Educação

Alimentação

Comida Fresca, Biológica, coisas da Horta – árvores de frutos

Um Espaço ABERTO onde há vontade de crescer. Em conjunto com as crianças e todas as pessoas envolvidas no Projecto.

Um espaço de Confiança, Afecto e Limites Coerentes.

Âncoras espirituais fortes e Livres de dogmas que sejam fonte de Fé, segurança, força de vontade de viver e de alegria verdadeira.

Local em que um dos objectivos essenciais é comunicar com Clareza, Paz e afecto – aprendê-lo e vivenciá-lo com as crianças.  

 

Os pais e filhos têm o período de adaptação necessário de integração no grupo sem choque. Os pais participam como o sentirem, respeitando e confiando nos Educadores do espaço.

 

Os princípios base são a VERDADE – SERmos sinceros, autênticos e espontâneos. Espírito de cooperação e entreajuda.

Empenhamento sério.

Um espaço onde há o reconhecimento da personalidade única de cada Pessoa – Crianças e Adultos e onde a imaginação é honrada de forma a permitir a criatividade.

Todos dão a sua contribuição e fazem o seu melhor. As pessoas exprimem o que sentem e respeitam os outros focando-se em soluções criativas e integrativas.

 

Um espaço Humano, confortável, limpo, simples, prático, real, com ordem, arrumado.

 

Um dos espaços poderá ser uma “dome” vermelha para eles poderem entrar, representando um útero. Espaço com almofadas e muito confortável.

 

As pessoas

 

      Seres espiritualmente conscientes (exemplo concreto: pessoas com âncoras fortes de Fé e Amor) e outras pessoas que aceitem a expressão de liberdade e espiritualidade dos outros

      Conscientes das suas projecções e medos pessoais e/ou com vontade de aprender e dar uma educação diferente aos seus filhos (exemplo concreto: dar espaço ao filho para que ele aprenda a abrir portas, observando as suas dificuldades, apoiando o necessário, até ele o fazer sozinho. O que é necessário é disponibilidade para ver algo de novo acontecer em que vez de dizer “ele vai magoar-se”. Na minha experiência esta é uma desculpa para “eu não tenho tempo nem paciência para te estar a apoiar. Quero a minha vida normal”).

      Emocionalmente estáveis (exemplo concreto: a criança quer algo com o qual não concordamos. Quando estou equilibrada é muito simples, digo com carinho: “O iogurte agora não. Hoje já comeste e uma alimentação à base de iogurtes não é saudável. Tenho maçã, água, água de arroz, chá, etc. O que queres?”).

      Dão Amor, Paciência e afecto às crianças. Respeitam a espiritualidade e inteligência das crianças. Respeitam-se a si mesmas. (exemplo concreto: quando precisamos de descansar e de arrumar as ideias fazemo-lo, em vez de provocar conflitos e/ou ter distracções)

      Olhar, palavra, toque (exemplo concreto: é estar presente quando o queremos e sentimos felicidade me estar com crianças que são seres imensamente ricos e sábios com os quais podemos aprender muito).

      Limpeza energética do espaço – consciência das energias subtis.

 

Música

 

Música alimenta a Alma – sobre a natureza e sobre a vida, em círculo cria uma vibração muito forte de Amor e Luz.

Na altura de acalmar os sentidos é uma grande ajuda.

 

Outros Seres Vivos

 

Ensinar e vivenciar o respeito por todos os seres vivos

Enquadrado num espaço calmo e tranquilo um ou dois aquários podem ajudar a transmitir calma e o contacto com outros Seres Vivos.

Educare

Este texto é um resumo do que tenho vivido e sentido com o João Mateus. É um espelho da minha sensibilidade à educação tradicional que tenho observado nos outros e em mim.
Faço constantemente o meu melhor e não sou perfeita. Sou muito sensível e quero proporcionr o melhor ao meu filho.
Ao entrar em contacto com a sensibilidade do meu filho estou a descobrir a minha profunda sensibilidade e a encontrar-me e aceitar-me como nunca antes =) estou a aprender a errar e a lutar pelo que acredito!

O meu Sonho na área da Educação é que aprendamos com as crianças…
…a sentir
…a saber pedir o que queremos o mais claramente possível
…a dar sem desperdício

Obrigada Filho por teres tido a Coragem, a Fé, Alegria e Amor imensos de te unires a mim e apoiar-me nesta fase incrivelmente transformadora da minha vida.
Desculpa-me quando a minha protecção se transforma em tirania… é a besta que pulsa dentro de mim, que estou a aprender a Amar, Acarinhar e Libertar.

"Olha. Olha. Olha aqui. Olha aqui.(mais alto) João Mateus… Olha! (finalmente a criança deixa de se concentrar no que estava a fazer e olha). Olha, dá um beijinho ao avô, dás?"
este é o comportamento base em relação aos bebés e crianças da nossa sociedade que, para mim, ensina-os a
* fazerem as coisas à maneira dos outros – algo de que ninguém gosta!
* a desrespeitarem o seu próprio Mundo e ritmo próprios para agradar aos outros – algo que é responsável por muito raiva no nosso Mundo
* a deixarem de ter contacto com o seu Mundo e a deixar de experienciarem o que veêm e sentem – as crianças são constantemente interrompidas, maior parte do tempo sem qualquer razão.
* a achar que têm que fazer o que os outros querem
* a pedir aos outros para fazerem o que eles querem – exemplo do avô que quer afecto e em vez de dar esse afecto pede-o!
* a ficarem perdidas depois de fazrem o que os outros lhes pedem. a criança depois de ser interrompida é, normalmente, abandonada!
* a ficar ressentida com as pessoas que Ama porque a obrigam a fazer coisas que ela não quer fazer – uma das causas das chamadas birras que são espelho de sentimentos de incompreensão e de frustração por estar dependente de pessoas que não a Veêm.
* a exigir o mesmo dos outros e a fazer o mesmo aos outros

"Não tens razão nenhuma para fazer isso/ para chorar!" então porque será que a criança chora? alguma vez nós fazemos algo sem o sentir? educadores que dizem este tipo de frase não estão em contacto com o que sentem e com o que as crianças/bebés sentem e precisam. precisam de tempo e espaço para eles próprios. estão cansados. precisam de respirar para voltar a sentir a alegria de estar com um ser maravilhoso e puro como as crianças e bebés deste Mundo. estão em conflito consigo mesmos. estão a fazer muitas coisas de que não gostam.. =)

"Vamos tirar isto do chão. Isto não é bom porque o bebé escorrega. Aquilo também não é bom. Vá vamos arrumar tudo." A vida é toda arrumadinha? A rua é toda arrumadinha? a natureza é toda perfeitinha? nós somos todo perfeitinho? quem cai aprende a levantar-se. aprender a cair bem também é um ensinamento precioso. na vida vamos ter sempre pessoas a arrumar e a limpar o nosso caminho? é assim tão insuportável o choro de uma criança, ainda que seja apenas uns segundos como reacção a um sentimento que depois desaparece assim como veio?

O bebé/menino(a) cai.
A atitude que o Educador tiver irá condicionar fortemente a criança para o resto da sua vida. O que fazer então? Embalarmo-nos no tradicional e ruidoso queixume? ou "Estou aqui, queres ajuda?" e dar colinho se a criança o pedir. E dar silêncio para que a criança consiga processar e integrar o que aconteceu. Sinto profundamente que ao promover a segunda hipótese, no futuro, a criança ao encontrar desafios dar-se-à o silêncio necessário para superar o que a vida lhe deu e segui em frente. Terá espaço para encontrar a sua inteligência natural, espaço para pdeir de ajuda se sentir que precisa e espaço para se levantar confiante dos desafios da vida. Ok. entendo e senti (e há momentos em que ainda o sinto) na pele a dor de uma educação que me ensinou a queixar-me do que me acontece, a gritar quando algo não está "perfeito", a culpar os outros ou a falar com eles como se assim fosse, a ter resistências a uma ajuda que tem crítica, incomoda mas ao navegar entre estas duas realidades está muito claro qual a quero ter a coragem para continuar a querer estar lá. Aceitando TUDO em mim que ainda não está lá =) é natural. vamos. é só continuar =) e aceitar quando temos que trabalhar para ver os nossos sonhos materilizados. Força Mães, força Vanda! Vamos conseguir a Paz que tanto queremos =)

"Olha aqui o telemóvel. Olha. (criança brinca com outra coisa) Olha. Olha. (criança olha e aproxima-se da pessoa) Olha o telemovel. AAhh não! NÃO! é meu! é meu! não NÃO. o telemóvel não é para brincar! NÃO! não é para brincar. ooohh não não chora" Esta é a forma mais forte que os meus pais têm de se relacionar com o meu filho. principalmente o meu pai. assim tem a atenção da criança e andam neste jogo o tempo todo. quando o que querem os dois é Amor, Afecto e Brincar. como não sabem fazê-lo de outra forma andam nesta forma de contacto presos a algo material que às vezes se deixa brincar outras não, o que torna a crinaça insegura porque não compreende porque é que pode brincar às vezes e outra snão. porque é que tem que se subjogar às vontades dos Adultos, que maior parte do tempo não têm a certeza e segurança do que estão a fazer.

A criança olha para um objecto. O adulto vê e pergunta "o que queres?" fingindo que não percebeu. A criança fica desorientada. Aprende a a fingir que não vê as coisas óbvias.

"Tira o dedo da boca" Imagine que você está a saborear o seu corpo, a sentir a sua pele e a brincar com ela e a pessoa a quem você Ama Incondicionalmente lhe diz "tira o dedo da boca". Você gosta? O que é que se aprende? Será que se aprende que não nos amam como somos? que temos que fazer o que os outros querem para que nos amem? e será que gostamos desta experiência? será que ela vai influenciar para sempre a auto-estima? É como dizer "vá, faz o que eu digo, não sejas natural. não podes ser natural. os bebés das revistas e da televisão não têm o dedo na boca. vá, aprende a fingir e a não ser natural."
depois vemos em jogos de sedução e eróticos o dedo na boquinha… será que é um efeito da repressão em criança? será que os educadores têm medo do eros da criança? O que será que os educadores sentem quando dizem isto? Será que as crinaças se sentem compreendidas? Será que aprendem que são invisíveis – que não as veêm?
Se a criança não tira o dedo da boca, o educador tira a mão da boca da criança. Imagine que alguém se chega ao pé de si e lhe tira o dedo da boca? Quem é que gosta que nos toquem e manipulem desta forma? Como se fôssemos bonecos? Quem é que não se sente agredido com este tipo de violência? Quem é que faz isto a uma pessoa forte? Porque é que se faz a uma pessoa fraca? Que invasão do espaço sagrado! E pior ainda quando se diz "se tirares o dedo da boca, dou-te isto ou aquilo" ensinando a cirança a trocar o que faz naturalmente por objectos de prazer.

"Olha a máquina. é a máquina. sim. máquina. máquina. sim. máquina" De toda a riqueza que existe no Mundo, tendemos a falar de tão pouca coisa e das coisas que habitualmente conhecemos que nem damos oportunidade ao bebé de olhar para onde ele quer e tentar perceber para onde ele olha. estamos com tanto medo de que ele não aprenda a falar que repetimos vezes em conta a mesma palavra. nem damos conta de que também é uma agressão, em especial quando o dizemos muito alto. ao impormos o nosso Mundo ao dos nossos filhos é relamente muito fácil, só que perde-se a oportunidade de expandir os nossos horizontes, mexer e descobrir coisas novas, voltar a ser curioso, a viver!

A criança exprime vontade de ir à rua. o educador diz que para ir à rua tem que calçar as botas. a crinaça diz que não e já não quer ir à rua. diz que quer descer as escadas. entretanto, o educador ficou preso na acção anterior e continua a querer calçar as botas sem pensar no que está a dizer e a fazer (a criança não anda calçada em casa). entretanto ele diz "kiko" que é como quem diz "tenho uma coisa no pé que está a magoar-me" a reacção imediata e agressiva do educador é "pois é, pois é, tens que calçar a sbotas senão magoas-te" isto quando normalmente em casa a criança nunca usa botas nem se magoa.
para mim este episódio é excelente um exemplo de que construímos a nossa realidade. a vontade incontrolável de calçar as botas tomou conta do educador, que se tornou impaciente e agressivo. a minha intervenção neste episódio foi "não há problema nenhum. não precisas de calçar as botas. estás seguro". e aí ele deixou de fugir da minha mãe! =) eu compreendo. nas alturas em que não tenho paciência para o meu filho é porque não estou a cuidar de mim e estou agarrada à forma como acho que devo estar com o meu filho em vez de seguir o que sinto e agir naturalmente, obviamente dentro de alguns limites pelo facto do João Mateus ainda ter apenas 18 meses. não gosto que me digas "não" por isso faço-te as vontades mesmo quando não me apetece. depois fico com raiva. Mas já estou muito melhor! e o resultado de ser mais espontânea é maravilhoso. canso-me muito menos e ele é muito mais feliz.

"Anda cá. Anda cá. Anda cá. olha o telemovel =) ahahh o telemóvel =) anda cá
" isto quando a criança já está a mover-se em direcção ao objecto, espelhando uma vontade incontrolável de dar ordens e dizer ao outro oq ue fazer em vez de o fazer. E usar o telemóvel para manipular a vontade da criança "se ficares com a avó, o avô deixa-te estares com o telemóvel"

"Sai daí que cais. vais cair (muito alto e como se fosse cair uma bomba – dito com raiva). isso não é para ti." em vez de dizer algo como "olha estou cansada, preciso de cooperação, não tenho paciência para estar a vigiar-te. não tenho tido coragem para pedir ajuda a ninguém e tenho estado tempo demais contigo. não me apetece agora estar a fazer isso contigo. não consigo ter alegria no que estou a fazer contigo…"

"Isso é do avô. não. isso é da avó. não, isso é meu" em vez de algo como "são os óculos. não são brncadeira. não. com confiança e segurança. sem medo de dizer não. este tipo de comportamento ensina-nos a ter medo de dizer "não" aos outros quando é tão preciso e essencial para o nosso equilíbrio e amor próprio.

"Não chores. não. não chora" isto, para mim, é a voz interior da pessoa a dizer "não suporto que chores. eu não choro por isso tu também não podes chorar, ainda que nos apeteça. eu bloqueio-me e tu também tens que te bloquear. É assim que eu faço por isso ensino-te a fazer o mesmo. como não tenho coragem para seguir o que sinto e chorar quando bem me apetece e preciso, ensino-te a fazer o mesmo em vez de aprender contigo"

Os educadores tradicionais, em alturas chave, falam tão depressa e riem tão alto, distraem tão bem as crianças, que elas não têm espaço para se exprimirem como se sentem.

"está muito frio. está muito muito frio. (a criança está com as bochechas vernelhas e não sente frio – quem está com frio é o educador). não podes etsar descalço que te constipas! está muito frio" isto de os adultos pensarem que a criança sente o que eles estão a sentir é dos maiores desafios como educadores… aprender a observar sem interferir. aprender a vê-los, ouvi-los é algo que, para mim pode ajudar a mudar o Mundo. Ainda com a interferência dos avós, anda descalço, em casa, na rua, na estrada, na horta e nunca se constipou por causa disso. impor as nossas crenças às crianças é natural em nós e é muito importante caminharmos em direcção à consciência e libertação desses medos.

"Não te importas que eu me vá embora, pois não?" esta é a maior chantagem emocional e prisão que se pode impôr às crianças… este tipo de frase não dá qualquer hipótese à criança de colocar questões, de perceber, sentir-se. é um pedido sem explicação. um beco sem saída. ensina uma incapacidade de lidar com opiniões diferentes, de ser criativo e provoca um medo de ouvir o que os outros têm para lhe dizer.

"Ele tem fascínio pelo telemóvel ou por aquilo" isto é o que adulto vê com mais evidência, e por isso realça esta característica da criança. muitas vezes isso acontece de forma repetitiva que não é saudável para a criança. quando se trata de objectos e um espelho da incapacidade de lidar com a criança e não estar aberto a observar, aprender com elas, por isso dão objectos e desviam a  atenção da criança para esses objectos, manipulando também a criança a seguir o caminho dos educadores sem os questionar. fazem o que odiaram que lhes fizessem – trocar a atenção por um objecto.

A criança está na rua a palrar, ainda não fala bem e um adulto passa, pára e diz "o que é que ele está a dizer? o que é que ele quer?"
em vez de ter paciência pra olhar para a criança e ver o que ela quer diz "queres uma bolacha é?" a criança já conhece a bolacha que tem açucar e provoca uma reacção imediata no sangue e estende a mão para a bolacha quando o que ela queria era uma embalagem que estava no saco da senhora. eu explico isso ao adulto que diz imediatemente "não, não é para ele". era para evitar dizer este "não" que o adulto desviou a tenção da criança para o docinho. e nem pensou no que estava a fazer ao dizer "não". era uma embalagem de cartão com plástico. ele podia ter tocado. é o que ele mais gosta. é de mexer em tudo o que pode.

"Bora. vamos embora. Vamos! Anda!" ai a sra pressa que é um verdaeiro atentado para o equilíbrio e calma natural das crianças. é a sra pressa quem rouba mais coisas às crianças

Estamos na natureza e agora há parques infantis e juvenis que substituem o saber estar sen pressas, com imaginação e alegria com as crianças. para além de quem bricna normalmente são as crianças e os pais ficam atrás delas como gurada-costas sem ter nenhum prazer no qu estão a fazer…

"Olha. onde está. e onde está aquilo. Anda cá. (assobio)
" estamos tão habituados a lidar com animais de estimação que tratamos as crianças como tal… já reparou?

A criança está a comer. passa um adulto e diz instintivamente "Hmmmm tão bom…." isto acontece tantas vezes…… a criança deixa de sentir e aprende a dizer o que os outros querem que ela sinta. vontade de comer! quanto mais, melhor!

"Está TUDO sujo" quando na realidade é uma manchinha… esta expressão espelha a necessidade de drama para agirmos impulsionados pelo pessimismo… é um espelho muito forte da nossa sociedade

Algo muito profundo que tenho reparado também é que os Educadores, no geral, em especial os pais e avós que têm mais expectativas quanto aos seus rebentos é que não querem ensiná-los a falar e sim ensiná-los a dizer o que eles querem que eles digam, muitas vezes (maior parte delas) sem dar o espaço necessário à criança para ela o fazer. Sem ter capacidade para ouvir o que a criança tem para dizer.

No meio de tanta análise interior chego à conclusão que é precisa  muita coragem para lidar e aprender com as crianças. ter coragem para errar, perceber, aceitar e ir melhorando… sinto que o que eles querem é que nós sejamos espontâneos e verdadeiros. o João Mateus em particular veio desafiar as pessoas que o rodeiam a confrontar-se e a curar-se de forma muito profunda

Histórias unindo as palavras que o João Mateus já diz

Inspirada na dica de uma amiga, ontem, breves instantes antes de dormirmos à noite, contei uma história ao João Mateus utilizando todas as palavras que ele já diz. Foi espectacular!

O que nós rimos os dois perdidos de barriga para o ar, na caminha =) que bom… senti muita felicidade e ele sentiu essa felicidade também =) ele ia dando dicas a meio da história… e eu ia adaptando. Foi mesmo muito bom.
Foi lindo.

Obrigada pela dica Ana

Procuro Amigo(a)/Ama(o) para o João Mateus

Procuro alguém que queira aprender com o meu filho =)
neste momento vivemos em São João da Caparica, mas é uma fase transitória. isto quer dizer que se eu encontrar alguém com quem sinta uma empatia muito forte, passarei a ir mais vezes onde essa pessoa estiver e/ou podemos encontrar soluções criativas de nos harmonizarmos.

Preciso nesta fase de mais ajuda e de

alguém
sensível e forte
com pureza e inteligente.
que acredite em Anjos

com quem me sinta bem e o meu
filho também e que nos possa acompanhar em deslocações de vez em quando –
para ir às compras a Lisboa, por exemplo.

que sinta paixão e vontade de fazer perguntas depois de ler algumas linhas deste blog.

para começar, estar com ele durante a manhã e depois logo se vê.

que me ajude na inspiradora, desafiante e criativa missão de educar e cuidar de
um bebé com 17 meses que já não usa fraldas, ainda mama, já fala e exprime-se
muito bem – neste sentido é muito fácil estar com ele uma vez que ele sabe bem o
que quer, o desafio é ter "estaleca" para o acompanhar!
 

ofereço troca de serviços e/ou dinheiro. depois acerta-se.

2 novas canções e as últimas fotos

"Mamar, mamar
é Receber e Dar….
Água com Amor"

Comecei a cantar esta música pelas vezes que o João Mateus dizia "mamar". Cansei-me de dizer "agora não" e comecei a cantar =) ele já diz "Água Amor"!! =) às vezes também completo. Ele diz "Mamar" e eu "Mamar é bom" e/ou "Mamar é o Paraíso na Terra" e/ou outras coisas. Ele Disse ontem "Mamar bom" com um sorriso capaz de Mudar O Mundo!

"O Carro é o Popó.
E o Popó é o Carro"

Esta frase é uma grande cura interior… O João Mateus já diz "Carro" há aproximadamente 2 meses e as pessoas à volta não sabem e algumas dizem "Popó". O meu primeiro pensamento foi "vá diz-lhe que é carro, qual popó. O certo é carro, não é popó. Porque é que as pessoas gostam de fazer dos bebés e crianças ignorantes?" Depois consegui ouvir o pensamento original que foi assolapado pelo anterior "Hmmmm… Carro é Popó. Vou integrar estes dois. Não há certo e errado. É muito bom que ele tenha a riqueza de várias pessoas e que absorva o que ele quer, não o que eu quero. Todas as pessoas estão a dar o seu melhor e querem dar o seu melhor às crianças, na sua inconsciência. E estão no seu caminho pessoal, na altura certa e no ponto certo e eu posso aprender muito com elas ao exprimir o que vai cá dentro com segurança." e assim surgiu esta canção que é uma integração e é divertido. O João Mateus é muito Rico!… =)

A minha experiência de Desmame – fase 1

Que aventura interior é a de desmamar um bebé que adora mamar no peito de uma mãe que adora dar de mamar =) Sinto-me mais acordada (literalmente! tive insónias e escrevi muito na noite anterior e nas duas a seguir à decisão). Sinto também que dar de mamar foi e tem sido a linguagem Universal e o Tempo Divino para conhecer o meu filho e as suas necessidades.
A verdade é que sinto que esta é a altura certa para nós – aos 16 meses.

Nesta altura o médico do João Mateus sugeriu que passasse a dar mama apenas de manhã e à noite e o clique deu-se quando ele sugeriu uma dieta muito simples e sem grandes complicações: cereais (papa), fruta e legumes. Andava "desnorteada" em relação ao que seria melhor para ele. Decidi também que esta seria a altura ideal para ele adormecer sem ser a mamar.

Ambos estamos muito felizes =) A mandar fora velhas crenças e um passado maravilhoso para abraçar um presente cheio de coisas novas e belas. É um atender das nossas preces mais profundas de desenvolvimento interior =) Estamos os dois constipados e a mandar muito bem fora o que já não nos serve.

Que alívio que é voltar a ter o peito normal e vê-lo a comer a beber com gosto, independência e regularidade.
Ele começou a experimentar comer aos 6 meses e tem sido um processo longo com muita paciência, introduzindo um legume e fruta de cada vez, deixando-o brincar com a comida, e sobretudo dar-lhe o tempo de adaptação necessário.

Só faltava mesmo solidificar o "agora não" que comecei há 3 meses e dar-lhe a comida seguindo uma dieta para todo o dia. Desde há 3 meses a minha dieta também se alterou – deixei de comer tanto e passei a beber ainda mais água – 3 litros por dia. A água ajudou-me a limpar-me e a ele querer mais comida.
Foi nessa altura também que percebi que já não precisava de dar mama para entrar num momento de Paz e de encontro com a minha voz interior que é amamentar =) Aprendi entretanto a estar sozinha comigo e o João Mateus também. Nesta altura também comecei a abrir o contacto do João Mateus com outras pessoas. Comecei a sentir o aperto de pensar que quero mesmo começar a ir para o Mundo sem o meu filhote. É o que eu preciso e ao mesmo tempo chorava e ainda choro por dentro. Por gostar tanto de estar com ele e ao mesmo tempo nessa altura já não conseguia estar só com ele. Nessa altura deixei de lhe dar mama para dormir porque queria o meu espaço e ele passou a estar mais com a ama e com os avós.

Para ele adormecer comecei a fazer as visualizações que já fazia enquanto dava mamava com uma inovação! =) com as mãos e respirando profundamente. Ele adormece em paz =) e eu também me sinto muito em Paz com todo este processo o que é um Milagre!

Estou também agora a descobrir que ele às vezes diz "não" mas depois quer – como é o caso do chá de camomila a meio da noite. É magia! Há alturas em que ele precisa apenas de ouvir o bater da colher contra a chávena para se aninhar em mim e voltar a dormir, ainda que a maneira de ele melhor adormecer é ir descobrindo o seu lugar na cama.

Estou muito segura neste desmame porque também já conheço muito bem o João Mateus e tenho vindo a aprender o que ele queria realmente quando pedia mama (ou também para encontrar a segurança para o fazer a seguir) – comida, fazer chichi e/ou cocó, colo, frio, calor, segurança, dormir, massagem na barriga para fazer cocó, brincar, sair para a rua, etc. Agora também já tem vários adultos – eu, a ama e a avó, que sabem o que ele quer/precisa e que entendem a sua comunicação.

Dias antes da decisão de dar apenas mama de manhã e de noite ele começou a adormecer sem ser a mamar – isso também me deu muita segurança e sinto que é maravilhoso ter sido por iniciativa dele. O facto dos dentes pré-molares estarem a sair também é o sinal de que já está na altura.

Algo que também me está a dar segurança é tomar o chá de Salva, neste momento com mel e limão, para ajudar a tratar a constipação. Preparar o chá no dia da decisão foi cimentar essa decisão a um nível muito profundo de integridade. Foi uma forma de me ligar ao objectivo a que me propus, para além de qualquer medo, insegurança ou imaginação (pensar que ele iria sofrer, sentir rejeição ou fosse lá o que fosse).

Tenho falado muito com ele a cantar e a dizer o que sinto. Canto quando me apetece. Tenho pedido muito apoio aos Anjos para me ajudarem a libertar medos e pedi o poder da flexibilidade e adaptação ao meu peito que voltou a inchar durante os dois primeiros dias. Mantive a presença e consegui fazer este desmame sem tirar leite com a bomba. Ajudou-me lembrar-me que já tinha passado por essa fase e que correu tudo bem. Voltei a fazer alongamentos com os braços, tratar e massajar o peito com óleo de amêndoas doces.

E assim se foram os medos de que ele não iria dormir se não mamasse (chorou apenas na 1ª noite e foi um choro sem lágrimas), de que ele não iria estar seguro com outras pessoas. Ele estar com outras pessoas durante o dia dá-me energia para estar clara e segura nesta altura de grande transição das nossas vidas. E prefiro fazê-lo agora em que posso estar ainda muito perto dele e ao ritmo dos nossos corações.

Algo importante sobre o qual reflecti foi se haveria de oferecer uma chucha ao João Mateus à noite, por sugestão do médico. Reflecti em silêncio e de olhos fechados e o que senti é que a chucha tenta imitar o que é inimitável – o corpo humano que é flexível, vivo, com cheiro mutável, com limites, com Alma, com energia. Lembrei-me de ler há uns anos um livro da Barbara Brennan, "Mãos de Luz" que explica a abertura dos chacras do peito quando a mãe dá de mamar. Algo que a natureza faz de forma perfeita.
Desde que dei de mamar senti que finalmente estou a dar uso ao peito que desenvolvi. Quando dava mama à noite era 1 ou 2 minutos e depois ele continuava a mamar sozinho durante muito tempo, ou seja, estava com ele e em prazer sem precisar de objectos na boca. Sinto que a chucha é um objecto de substituição e em si é algo que visualizo como menos saudável.
O facto de a transição estar a ser natural, com espaço e flexibilidade também ajuda a sentir a chucha desta forma – sinto que não há sequer necessidade. Eu fui criada sem chuchas e biberons e nunca senti que houvesse essa necessidade no caso do meu filho.

E uma questão vem até mim: "Será que quem chucha tem mais tendência a gostar e desenvolver Amor por objectos em vez de o sentir e se apaixonar por Seres Vivos e por este Belo e Precioso Planeta?

Sinto que haverá mais alegria e cura na Alma do João Mateus se ele procurar sempre os afectos dos amigos e pessoas à sua volta, em vez de objectos de substituição.

Sinto que uma chucha não responde a um movimento diferente, não tem alimento físico ou energético, não tem limites. Uma chucha não dá "feed-back" e sinto que pode estimular a agressividade por ser um objecto estanque. Lembro-me que para ver se o João Mateus bebia mais água e experimentei um copo com tampa, em que o bebé chupa e morde para ter água e depois ele tentou fazer o mesmo no meu peito! Deixei de lhe dar esse copo por essa razão e também porque a observá-lo não gostei da energia mais agressiva com que ele lidou com o objecto.

Li algo na Revista "Flor de Lotus" que clarifica um pouco o que sinto: " (…) Aquário é a Era da Liberdade. Chegou o momento de nos libertarmos das correntes que nós mesmos temos criado pela ignorância no Mundo das formas".

O João Mateus tem um Mundo cheio de fontes de prazer e não precisa, a meu sentir, de uma chucha para sentir prazer.

Outra questão surge naturalmente em mim: "Será que a chucha pode até prolongar o instinto de sucção?"

Continuando como até agora, sinto que vai continuar a ser muito natural como ele agora estar a adormecer sem mamar e ter começado por iniciativa dele. Sinto que ele já não me tem só a mim para respeitar e preservar a sensibilidade dele. Tem-se a ele próprio e já tem mais espaço para curar as pessoas à sua volta com o seu poder e Amor, não só a mim.

E é uma benção ter noites em que não preciso de mudar a fralda =) Por enquanto ele continua a acordar, também por causa dos dentes mas sinto que em breve irá mudar =)

Todas estas palavras e todo este processo tão forte estão a abrir o caminho para uma nova Mãe. Uma Mãe que transcende a sua presença e Ama incondicionalmente o seu filho. Sinto-me mais forte também porque estou a cuidar mais de mim e a ter o meu espaço o que é fundamental. Olho nos olhos dele e ele nos meus como nunca antes =) Sabe muito bem. Sinto que estamos os dois mais presentes.

Gostaria ainda de partilhar algo de preciosamente belo que vivemos ontem. Fomos até à praia e eu levei uma romã. Fomos o caminho para lá e para cá a namorar, partilhando uma romã. Ele pedia, grão a grão e eu, paciente e amorosamente dava =) Que momento tão bonito e curador para esta fase de desmame.

Agradeço profundamente ao Universo e a todos os que nos têm apoiado física, mental, emocional e espiritualmente por eu estar a viver em exclusivo a mãe que há em mim, durante o tempo certo.

Sinto que algo de novo se está a aproximar e ainda que tenha resistências à mudança é o que mais quero! Sinto uma força enorme que está a elevar-me para outras realidades.

Obrigada filho companheiro pela tua Presença, Sabedoria e Amor.

Para finalizar partilho uma oração:
"Quero com esta transformação ser uma Mãe que dá Liberdade, estando alerta ao que o seu filho precisa, colocando limites com flexibilidade, dando afecto e protecção sem limites e/ou condições. Protegendo o seu filho sempre e Abrindo-se para que ele se exprima. Falando quando o sente e seguindo o ritmo de ambos os corações. Somos Todos Amor."

Depressão pós Parto ou Tocar a Tristeza para a Curar?

Há dias estive com uma prima que tem um filhote há 1 mês e meio e senti/vi a sua "depressão" que, para mim, é tristeza passageira, não uma depressão.
E lembrei-me da minha (que ainda subsiste um pouco).
Então e em vez de chamar depressão que tal perguntar porquê?
Porque é que a mãe entra em tristeza?
Para mim, foi porque percebi que estava sozinha com o meu filho. Todo o Mundo à minha volta estava "super atarefado" e tão longe do afecto profundo e do apoio que eu precisava – a minha alma gritava "Ele só precisa do teu afecto, assim como eu…" Mas o que recebíamos eram provas e mais provas, críticas.

Como é que alguém pode alguma vez criticar ou molestar uma mãe? Ou pedir-lhe que saia do seu ninho para ir tratar de coisas que não é suposto tratar?
Era eu que construia essa realidade, era eu que deixava acontecer… servindo o meu orgulho em vez de chorar e pedir apoio e dizer o que estava a sentir… mostrar o meu interior… tocar o Medo do meu Interior mais profundo cheio de dor e feridas de Alma. Acreditar que vou ser ouvida e que me vão amar. Como é que eu podia auto-criticar-me? Como é que uma mãe se pode auto-criticar quando dá sempre o seu melhor?

Para mim, ser Mãe é deixar de fugir… de relações que não nos nutrem verdadeiramente, de trabalhos que não nos satisfazem e estarmos sozinhas connosco mesmas e rendermo-nos aos afectos por nós próprios.

Gostaria que todas as Mães se rendessem ao Amor.

As coisas que o João Mateus mais gosta de fazer…

Estar em cima do balcão da cozinha enquanto a
sua mãe prepara os vegetais e vai trincando alguns

Olhar-se no espelho e sorrir, ver expressões
variadas, flirtar, brincar com a imagem dele

Tocar e observar velas acesas e/ou apagadas

Colocar paus finos e espalmados nas ranhuras de
muros, portas e às vezes utiliza como chave imaginária que abre torneiras!

Brincar com os utensílios da churrasqueira
(desde muito cedo com uma consciência e cuidado incrível – nunca se magoou)

Andar descalço e sem calças

Ler vários livros uns a seguir aos aoutros sem
acabar nenhum e ir para as páginas favoritas de cada um

Imitar os sons que a mãe faz com a boca, mãos,
etc.

Estar ao colo da mãe e a mãe fugir da avó. A
avó finge que vai apanhá-los. Ri-se muito com esta brincadeira desde
aproximadamente os 4 meses. Também adora quando está ao colo da avó ou da mãe e
uma delas o chama e a outra, com ele ao colo, vai ter com a outra aos saltinhos

Estar deitado no sofá e a mãe agarrar-lhe os
pés e arrastá-lo e depois dar muitas festinhas no corpo todo enquanto ele foge
para ela o agarrar outra vez

Mexer nos botões dos telemóveis e no teclado do
computador

Espreitar e fazer “cucu”

Passear na rua e cumprimentar/flirtar com as
pessoas –  a pé e ao colo

Espalhar coisas, em especial comida e pacotes
de bolachas – pegar nos pacotes, virá-los para baixo, espalhar as bolachas e
esmigalhá-las

Ajudar a acender a lareira

Subir para o carro dele – pratica para se
sentar depois no penico

Estender as mãos atrás da cortina e rir-se
muito quando alguém toca nas mãos e cabeça através do pano

Mexer nas aparelhagens – já sabe regular o
volume e ligar e desligar. No carro á sabe ejectar o cd e colocá-lo lá (às
vezes, colocar é mais difícil)

Andar à velhinho

Brincar com o avô – à apanhada, descobrir
coisas com ele

Fazer beicinhos e interagir com pessoas

Subir e descer rampas

Olhar, rastejar e Ir para debaixo da cama

Abrir e fechar gavetas

Mexer em lenços e capolanas

Comer com as mãos – já não espalha tudo e come
com muita precisão a comida preferida dele: pinhão (principalmente se um adulto
parte a casca e lhos dá – ele pede de boca aberta e a dizer “aaaahhh”), massa,
bagas goji, abóbora, bróculos, cenoura, arroz e cuscus

Colocar coisas dentro de caixas, caixotes, etc

Meter-se dentro de caixas grandes de papel e
ser puxado

Silêncio

Ver um livro da Madre Teresa de Calcutá com a
avó – coloca as mãos como se estivesse a rezar e encosta a cara à imagem dela

Brincar à apanhada

Estender a mão com algo, simular que vai dar e
depois guarda para ele – brincadeira

Partilhar comida com os avós, mãe e outras
pessoas

Dançar com as mãos no ar

Instrumentos musicais e sons naturais (ouve
muito bem)

Falar/palrar/pedir o que quer

Dançar e ouvir música/a mãe a cantar

Batucar com tudo

Morder as coisas, especialmente borrachas

Ter coisas na boca

Comer devagar (passa muito tempo com a mesma
comida na boca) e sozinho. Desde sempre que lhe é proporcionado mexer e sentir
a comida quando a mãe tem essa vontade e energia. Um dos efeitos muito bons é
ele estar à vontade com a comida. Um exemplo de como ele está à vontade com a
comida aconteceu ontem no supermercado biológico em que ele agarrou num pimento
e comeu-o quase todo

Folhear livros – muitas vezes ao contrário

Mamar

Apontar

Brincar com pessoas

“Abrir e fechar” ao ouvir, ele abre e fecha
livros, caixas, etc.

Fugir

Abanar a cabeça muito depressa

Ver pessoas e flirtar com elas – sorrir e ver
reacções e expressões das pessoas

Mexer na água

Descobrir coisas

Cantar

Acender e desligar a luz de candeeiros de mesa
e interruptores de parede

Toque das pessoas sensíveis

Subir e descer escadas

Gatinhar, Andar e Correr

Brincar na horta da avó  – com garrafões, plantas, árvores, terra,
etc.

Abrir e fechar portas

Passear no carro de bebé

Praia – areia (às vezes come)

Parque infantil – as rodas de leme e o
escorrega

Colo dos avós e da mãe

Dormir (dorme 12, 13 horas, com 3 a 5 pausas para mamar e fazer
chichi)

Mexer em bicicletas e tudo o que tem rodas e
pedais

Colocar-se em biquinhos de pés e tentar
empoleirar-se no lavatório

Sinais de trânsito – reage muito e aponta,
relaxa quando dizemos o que quer dizer cada um

Rebolar na cama dos avós e esfregar a cara

Brincar com canetas – colocar as tampas nos dedos,
roê-las e pintar

Brincar com garrafas de água – colocar a tampa,
canetas e outros objectos

Mandar coisas para o ar e para o chão

Observar tudo – pessoas, objectos, natureza

Estar ao colo da avó em especial e ver revistas
e livros com ela

Saborear a escova de dentes da mãe

Sorrir para o que quer e apontar

Andar na casa de banho dos avós

Tomar banho

Brincar com as molas da roupa

Brincar com caixotes de lixo

Brincar com o bacio – e tentar colocar-se lá
sozinho!

Carros

Máquinas de construção e dizer “máquina”

Mexer nos botões do fogão e de aquecedores e
tudo o que tenha botões

Estar no banco de condutor do carro da mãe,
ligar o rádio e dançar com as mãos no volante

Ver imagens de crianças e pessoas a sorrir nos
livros e revistas

Receber carinhos e massagens

Viajar/andar de carro

Andar com os cabelos ao vento quando vai à
praia no carro da mãe com a janela aberta

Imitar a gargalhada da mãe e expressões das
pessoas

Curvar-se para trás enquanto alguém o levanta
no ar pelos braços

Apanhar lixo, em especial, maços de cigarros
vazios e espalmados que  às vezes só os
larga quando chega a casa;

Fazer chichi e cocó à vontade. Para mais sobre
esta questão pode ser consultado o seguinte local na Web: http://missvandinihome.spaces.live.com/blog/cns!AC2105A83C5750C3!321.entry

João Mateus & Vanda… Uma Nova Fase: A Libertação tão Desejada por Ambos…

O Belo João Mateus nasceu com 3,780Kgs dia 26
de Setembro de 2007, depois de um parto natural sem epidural e 20 horas de
contracções em casa.

Vive em casa com a sua mãe e com os seus Avós.
O pai vive no Alentejo em Comunidade, onde também vive a sua filha Jackie de 8
anos. A mãe viveu um ano nessa comunidade e quando decidiu ter o João Mateus,
decidiu também sair da comunidade e ir para casa dos pais numa fase de transição.

Tem sido um processo muito intenso e doloroso
porque aquilo em que a Vanda acredita ser o melhor para o João Mateus não é o
que os seus pais sentem. Ela sofreu muito na sua infância com a falta de
sensibilidade dos seus pais e tem tido um cuidado e sensibilidades extremos com
o seu filho. A Vanda rejeita maior parte da educação dada pelos seus pais e tem
sido um desafio constante de comunicá-lo sem raiva e sem estar presa ao
passado, de forma a conseguir que os pais a respeitem como Mãe e Mulher. Apesar
de haver tensão em alguns momentos, todos têm protegido o João Mateus – ele tem
sido a inspiração para muita cura.

A Vanda nunca deu tanto valor ao seu espaço
como agora e tem sido também uma luta os seus pais compreenderem e aceitarem
que às vezes interferem sem que ela o queira.

Pelo facto de os Avós do João Mateus ainda
quererem interferir na educação do seu neto, de forma inconsciente e com a
melhor das intenções, a Vanda passa muito tempo com o João Mateus também para
perseverar naquilo em que acredita. Essencialmente a educação que a Vanda que
dar ao seu filho é uma educação de muito Amor e carinho, em contacto com a
natureza e preservar a Luz do seu filho. Esta tem sido uma grande lição de vida
para ela porque ao mesmo tempo também tem que ser flexível para não se esgotar,
uma vez que a educação em que acredita passa, em termos práticos, por “apenas”
observar o seu filho e deixá-lo aprender e desenvolver-se ao seu ritmo, sem
pressas, pressões, imposições ou algo que sinta que é estar a invadir o espaço
do seu filho. A Vanda neste processo está também a aprender muito a seguir mais
o que sente. Tem cuidado mais de si, tem descansado mais, brincado mais e tem
vivido mais! Também escreve muito mais e está mais em contacto consigo mesma.

A comida foi e, por vezes ainda é, um dos
motivos de maior conflito entre a Vanda e os seus pais. A Vanda sente que os
animais têm alma e optou por ser vegetariana em 2005. Ela também deixou de
comer sal e açúcar desde o nascimento do seu filho, por questões de saúde e já
a pensar que iriam partilhar refeições saudáveis um dia mais tarde. Os pais da
Vanda têm vindo gradualmente a melhorar também a sua alimentação! Comem peixe
com pouco frequência, carne raramente comem e comem a comida biológica que a
sua filha compra =) Esta adaptação foi feita da “forma antiga”… imposta pela
Vanda… sem explicar sempre o porquê, uma vez que ela estava com tanto trabalho
e ainda não nutria o seu espaço de forma a ter também paciência com os seus
pais, não só com o seu filho.

O João Mateus tem ajudado a sua mãe a aterrar e,
ao mesmo tempo, a preparar-se para voar. Veio ajudá-la a assumir
responsabilidades à sua altura e a materializar a sua forte espiritualidade e
aquilo em que acredita. Durante toda a sua vida, a Vanda aceitou passivamente
muitas coisas dos seus pais e pessoas à sua volta, por ser tão cómodo e para
não ter que trabalhar para construir o seu Mundo. Agora está a chegar a uma
fase em que começa a receber activamente o que os outros têm para lhe dar… e o
apoio de que ela tanto precisa e que sempre teve muita dificuldade em pedir e
aceitar pela sua passividade. Agora pode receber muitas coisas =) e dar também,
sem impor.

Desde muito cedo que a relação do João Mateus
com a sua mãe é muito intensa e carinhosa. Desde o mamar até andar no pano até
aos 9 meses e meio e de terem feito Biodanza desde que o João Mateus tem 4
meses. Para ler mais sobre as suas experiências pode ser consultado neste blog.

Desejos de Mãe

A Mãe sente que o melhor para João Mateus é ele
ter a liberdade e espaço para descobrir o Mundo e que a sua mãe também tenha
essa possibilidade sem sentimento de culpa e estar física e afectivamente
presente sempre que ele realmente precisar dela.

Para estar lá mesmo e atenta ao que ele
realmente precisa, a sua mãe sente que precisa muito do seu espaço. Também para
sentir e viver a ligação fortíssima que tem com ele a nível espiritual e
cultivar o laço invisível que os une num Amor incondicional muito Belo. Isto
significa em termos práticos que quando, por exemplo, ela se sente cansada é
porque está a precisar abandonar-se e libertar a sua necessidade de controlar o
Mundo dele e cuidar de si mesma fazendo o que mais gosta.

Quando estão juntos vivem momentos mágicos
porque a sua mãe está feliz por cuidar de si mesma e alegre por estar com o seu
belo filho. Mesmo que o João Mateus chore quando a sua mãe vai embora, ela
sente que ele está a desbloquear medos e que precisa apenas de sentir-se mais
seguro. Ela quer ter a calma necessária e ao mesmo tempo a coragem de seguir o
que sente, mesmo quando ele chora. Também já acontece ele próprio dizer “até
já” à mãe, acenando os braços, quando vai passear de manhã com a avó e/ou com a
ama. Como mãe, a Vanda quer utilizar a sua inteligência para o deixar com
outras pessoas, abrindo portas para o crescimento e desenvolvimento do seu
filho e para a paz interior de ambos. Como pessoa, a Vanda quer deixar de ser,
por vezes, demasiado emocional e ela sente que o seu filho é uma excelente
ajuda para este enorme desafio.

Vanda sente que descobrir o Mundo pode
significar descobrir formas de estar diferentes da sua e observar o impacto que
têm no seu filho. Esta é uma tarefa muito desafiante! Principalmente pela fase
de grande mudança da sua vida em que nem sempre consegue evitar tentar impor os
seus pontos de vista e de querer controlar o Mundo para que ele se sinta como
ela acho que ele deve sentir-se! Isto porque ela é a protectora da grande sensibilidade
do seu filho que, infelizmente, não é respeitada pela grande parte das pessoas.

Nas últimas semanas algo diferente tem
acontecido… em vez da sua mãe observar as outras pessoas, observa o seu filho e
vê se ele está bem e as suas reacções! É uma mudança incrível e maravilhosa =)
Esta observação permite que ela comunique de forma muito assertiva com os
outros sobre o seu filho e as suas necessidades.

A Vanda quer abandonar-se à vida e ao mesmo
tempo aceitar as suas limitações e aumentar a sua consciência delas. Pouco a
pouco está a consegui-lo! =)

A Passagem de testemunho

A Vanda sabe que as pessoas não são perfeitas e
ao mesmo tempo, aquelas que ficarem com o João Mateus são as pessoas perfeitas
para ele aprender novas coisas e novas formas de se relacionar.

A Vanda sente também desde muito cedo que ele
gosta do contacto com outras crianças ainda que seja assustador! Ele é um íman
de situações opostas… ou o beijam e acariciam e abraçam ou então vão contra ele
e contra o espaço enorme em que ele está habituado a viver.

Ele passeia muito, está muito em contacto com a
natureza e está habituado a explorar o Mundo com muita liberdade. A Mãe tem
tido muita paciência para explicar algumas coisas, apenas observar maior parte
das vezes e em alguns casos dizer um “não” claro e/ou focar a atenção noutra
coisa.

 Sugestões baseadas nas experiências de mãe e na forma de lidar
com o João Mateus

Quando a Vanda está a fazer algo e ele pede a
sua atenção para brincar, dar colo ou simplesmente estar onde a sua mãe está,
desencadeia vários tipos de reacção. Se a mãe está a fazer o que gosta e está
bem, ou o senta consigo ao colo e continua a fazer a tarefa com ele ou diz o
que está a fazer, dá-lhe um carinho e diz “Agora não” e/ou “Isto tem uma ordem,
não é para mexer agora”. Ele compreende, fica feliz com o contacto e continua a
dar as suas voltas de explorador.

Se a mãe está tensa com o que está a fazer, sem
gosto, sem consciência da sua respiração, a sua forma de falar é agressiva, diz
“não” de forma menos carinhosa e ele simplesmente não aceita nada do que ela
tenta impor. A Vanda sente a presença do seu filho como “Sai daí, deixa de
fazer isso e vem brincar comigo. Entra no meu Mundo e és Feliz”.

Também acontece ele invadir, com a sua enorme
energia, o espaço da sua mãe. Nesses casos a mãe tenta manter a calma, a
consciência e respira fundo para proteger esse espaço sagrado sem ser agressiva
com ele.

Ele já aprendeu a dizer “Já tá” e comunica
muito o que quer. Este “já tá” serve para dizer também “já chega” de uma
situação que ele não goste, como por exemplo estar ao colo de alguém. Quando
ele já não quer diz “já tá”.

Para quem esteja com ele o essencial é observar
com atenção o que ele está a tentar comunicar.

Um exemplo do seu poder de comunicação nesta
tenra idade é que ele já diz “cocó” quando quer fazer e às vezes também já diz
“chichi” e coloca a mão no pénis – muito óbvio e claro!

Raramente ele faz o que as pessoas geralmente
chamam de “birra”. Aceita muito bem um “não” quando é firme e explicado em
algumas ocasiões.

A sua mãe também se apercebeu que quando ele
quer muito uma coisa é porque quer carinho e/ou brincar com pessoas.

Precisa muito que respeitem o seu espaço e não
imponham crenças, dogmas, proibições infundadas. Ele é um excelente companheiro
e Mestre para quem quiser aprender a ser menos autoritário.

É uma criança adorável e incómoda pela forma
livre de vida que tem. As pessoas depois de ele ir embora percebem a sua
riqueza quando já não estão incomodadas com os tabus que ele vive em clareza
(como é a questão da higiene natural).

Ele está habituado a ter afectos
incondicionalmente, ou seja, a mãe e as pessoas mais próximas não dizem “se
fizeres isto tens aquilo ou um miminho”.

Também nunca é posta em causa a sua beleza por
actos que possam parecer incorrectos para os adultos mas que para ele são a
coisa mais natural do Mundo.

Quando ele coopera e faz o que lhe é pedido ou
deixa, por exemplo a sua mãe cortar-lhe as unhas, a sua mãe diz “Obrigada pela
colaboração” com o seu coração.

Sempre que lhe é possível, a sua mãe comunica
utilizando questões em vez de ordens, uma das bases da comunicação
não-violenta.

A sua mãe tem aprendido muito a ser uma pessoa
mais simples e descontraída e sobretudo tem sentido a paz que isso lhe dá. Um
exemplo é quando ele espalha a comida e/ou as bolachas pela mesa e/ou pelo
chão. Quando ele o faz é com o consentimento e presença da sua mãe que é a
única pessoa que tem paciência para o fazer e por estar disponível para as apanhar.
Quando a Vanda não está com paciência, explica-lhe que não lhe apetece apanhar
a comida e ele aceita muito bem.

A sua mãe prefere estar a apanhar bolachas e a
ser útil do que estar, por exemplo, no sofá sem fazer nada de construtivo.
Quando ela apanha a comida e limpa o que o João Mateus suja entra muitas vezes
em meditação.

O essencial nestas alturas é a Vanda estar em
sintonia consigo mesma e perceber quando tem paciência e quando não tem.

Quando ele faz algo de errado a sua mãe diz
“Sei que estás a dar o teu melhor” e depois explica com calma o que sentiu com
o que ele fez que chocou com ela de alguma forma.

A Vanda tem aprendido muito sobre si mesma a um
nível muito profundo. Um dos ensinamentos mais importantes é que tem tendência
de dizer “não” à primeira reacção a algo que normalmente não faz ou não tem
contacto com pessoas que o façam. Um exemplo é o João Mateus mexer no aquecedor
e ligar e desligar. A primeira reacção é dizer “não” e passados uns segundos
reflecte e percebe que está na hora de desligar o aquecedor. Este é apenas um
exemplo de muitas situações em que o João Mateus alerta a sua mãe de forma pura
e inocente.

A Vanda sente e reconhece que o João Mateus
está mais “on-line” do que ela. Um facto é quando ele está a brincar e de repente
olha para o céu e estão 2 pássaros a voar. Ou seja, ele age sem as limitações
da sua mãe e tem ensinado muito a sua mãe a voltar a estar mais em contacto
consigo mesma e mais liberta de muitos condicionamentos. Já chega o que eu
ainda não consigo evitar – que é muita coisa.

A Vanda, apesar de às vezes lhe apetecer, não
finge que não percebe o que o seu filho quer. Quando se sente tentada a
fazê-lo, olha nos olhos do seu filho e abandona-se ao brilho da verdade. Esta
maneira de estar tem ensinado a Vanda a ser mais flexível. Um exemplo concreto
é ele gostar de trincar e comer um bocadinho de bolachas Maria. Eu não
considero um alimento saudável porque tem leite e ovos mas dou-lhe quando ele
descobre o pacote () e mo pede.

O João Mateus é uma criança feliz e faz as
pessoas felizes à sua volta  com o seu
sorriso encantador, quando elas se querem divertir e aprender.

Vida de Mãe sem Fraldas (ou quase)

Ok… o João Mateus tem agora 26 meses! e agora que é Inverno, chove lá fora, está na Escola e desisti! Voltou a dormir com fralda à noite e na sesta. E compreendi algo de fundamental em mim… é precisa coragem para trabalharmos pelos nossos sonhos e pelo que sentimos e para quando já é demais, desisitir =) estava a tornar-se uma fonte de muito stress e de drenagem da minha energia….. lavar as calças e os lençõis no Inverno é demais nesta fase em que me estou a redescobrir e tão grata por voltar a ter o meu espaço… ai que bom! e ai que felicidade e paz ele acordar sozinho e ter o tempo dele para fazer a chicha na fraldinha, nas calmas, tirar as meias e colocá-las perto do pescoço a fingir que é um colar…. que delícia =) entrar no quarto dele sem estar a pensar se já fez se não fez de ir com aminha força imensa, pegar na mãozinha dele para irmos à WC….

Sinto que o trabalho de fundo está feito. Durante o dia já sei quando ele quer fazer chichi, quando não sei pergunto, quando estou mais stressada vão as calcinhas para baixo e sinto que estou no caminho certo =) sinto-me mais segura do que nunca e a Escola tem ajudado muito. Como faz parte da rotina e é em grupo eu perebi como o João Mateus já controla tão bem os esfincteres =) Eu como mãe dele é que às vezes acompanho-o com super calma e assertividade 100%, outras sem paciência, com mais agressividade e insegurança. É assim mesmo, um espelho fortíssimo do meu estado de Alma =) Nos úlitmos dias ele já vai buscar o bacio =) grata Eva, Aurora e Amália pelo vosso maravilhoso trabalho =) tem-me ajudado muito. (o grupo do João Mateus na Escola tem crianças dos 2 aos 4 anos).

Eis um link interessante sobre fazer chichi fora de casa =) http://www.treehugger.com/files/2009/06/is-peeing-in-public-green.php?dcitc=weekly_nl
O João Mateus faz hoje 15 meses =) e há 3 dias foi, pela
primeira vez, sozinho para o penico fazer cocó! Fez cocó de lado e o cocó veio
para fora mas fiz uma festa pela intenção e iniciativa!

Ontem, pela 1ª vez também foi fazer chichi ao ralo, lá fora – limpinho,
sequinho e consciente dos seus chichis e cocós!
Hoje (5 de Janeiro de 2009),
pela primeira vez, o João Mateus fez chichi num balde pequenino que
tenho sugerido e pedido de vez em quando para ele fazer. Grande festa!
Principalmente porque não tenho insistido muito =) Foi com vontade e
sem pressão. Que bom

Uaaaauu… o coroar de tanto trabalho ao longo destes meses =) trabalho,
observação, respeito e aprender a comunicar sem palavras. E também de alturas de dúvidas e
incertezas de estar a fazer o melhor para ele, para mim e para a minha família.

Quero partilhar a minha experiência em forma de agradecimento aos meus pais que
colaboram apesar de o meu pai estar constantemente a perguntar quando é que ele usa
fralda. Espero com esta partilha que ele compreenda melhor o que eu sinto. E
também recentemente vários pais se queixaram de o João Mateus andar em pelota
no espaço onde ele socializa 2 horas, 2 vezes por semana com outros
bebés/crianças.

Começo por escrever a pensar nos pais das outras bebés/crianças e que descreve
a situação actual.

Neste momento, o João Mateus faz chichi quando chega a um local depois de
viajar de carro (já não faz chichi no carro desde os 12 meses) e depois, regra
geral, só faz chichi 2 horas depois, a não ser que se trate de uma situação
desafiante em que ele precisa de mamar mais e nesse caso, faz mais chichi. Ou
seja, precisa de um acompanhamento que eu não estava a dar – nas próximas
vezes, vou com ele para a WC até que ele faça o chichi e depois abro as portas
para que ele socialize com as outras crianças com umas cuecas – também para
proteger o rabiosque. Bem, isto se ele cooperar. Ele já diz "cocó"
quando quer fazer cocó e tem vários sinais que vou partilhar com as educadoras
e também tem vários sinais de quando vai fazer chichi e por isso é possível ser
flexível e não forçar os chichis dele. É um grande desafio deixar fluir e ao
mesmo tempo dar os limites necessários para que os bebés/crianças se sintam bem
e seguros neste Mundo cheio de desafios e eu geralmente sigo a minha
intuição… para constatar que muitas vezes está errada! E tenho aprendido
muito com esta aventura!
Neste momento ele também já acena para dizer "não" o que ajuda muito.
Se eu pergunto se ele quer vestir as calças antes de irmos para o carro e ele
acena que "não" é porque ainda tem um chichi para fazer. Isto é
válido para qualquer situação que ele se aperceba que não é própria para ele
fazer chichi.

Antes de escrever estas linhas fiz uma pesquisa na www e fiquei a saber algumas
coisas importantes para partilhar:
O chichi não tem bactérias, vírus ou fungos. Contém fluidos, sais e resíduos do
corpo que não provocam doenças. Recentemente falando com uma amiga descobri que
há terapias de desintoxicação em que se ingere a própria urina. Ou seja, os
pais não têm que ficar preocupados com o facto do João Mateus fazer chichi no
chão – até porque nesta fase ele afasta-se sempre do local onde estão outras pessoas
ou crianças e geralmente tem um local predilecto para fazer o chichi e o cocó,
que no caso do espaço em questão é ao pé do biombo perto da mesa onde se fazem
as actividades. Também já fez chichi na WC e, como referido antes, vou insistir
um pouco para ver como ele se adapta.

Também encontrei uma lista com os benefícios de educar os nossos filhos sem fraldas (ou quase sem fraldas –
explico a seguir) são:
Melhora a ligação com os pais, pela proximidade, comunicação natural e
paciência amorosa;
Responde à comunicação natural e respeita a altura natural de fazer chichi e
cocó do bebé;
Inicia os primeiros passos de adaptação à sanita;
Ajuda o ambiente;
Elimina e reduz drasticamente a produção de fraldas;
Permite ao bebé ter consciência e controle dos chichis e cocós por volta dos
12, 18 meses;
Permite ao bebé fazer sozinho no bacio por volta dos 2 anos de idade;
Liberta o bebé das fraldas e das associações nefastas ao abuso do seu uso;
Evita e elimina o risco de camas molhadas;
Permite o respeito higiénico pelo bebé;
Elimina acidentes embaraçosos para os bebés que gatinham e não têm um contacto
natural com o chichi e cocó;
Permite ao pai ou outros familiares próximos de também terem uma maior
proximidade com o bebé (no meu caso tenho tido o cuidado de evitar que os avós
peguem nele sem a sensibilidade necessária e que lhe digam "faz
chichi" ou "faz cocó, vá". O que peço aos meus pais é que não
interfiram. quando eles interferem eu noto logo. O João Mateus faz chichi ao
meu colo);
Permite economizar bastante em fraldas e máquina de lavar (desde que ele
começou a utilizar o bacio foi maravilhoso não ver a roupa dele com cocó);
Permite aos bebes terem contacto com o corpo deles (esta questão para mim é
fundamental);
Reduz o risco de infecções urinárias.

Pesquisas Europeias têm demonstrado que problemas relacionados com a bexiga
podem estar associados ao uso excessivo de fraldas.

As 101 razões para que os nossos filhos não usem fraldas estão no seguinte
endereço:

http://www.findothermoms.com/DFBweb/101reasons.htm

Digo quase sem fraldas porque às vezes o João Mateus ainda usa fralda para:
Dormir – uma por noite. Quando sentir que está na altura irei começar o
desmame. Nesta fase ainda me custa acordar de noite e ele também não gosta de
sair da cama para fazer chichi no penico ou na banheira;
Situações sociais de curta duração – em que geralmente ele não faz chichi – só
depois de eu lhe tirar a fralda;
Até ontem às vezes dormia a sesta com a fralda mas ao escrever estas linhas decidi que
já não vale a pena até porque ele já se levanta e faz chichi fora da cama há
cerca de 3 meses. Recomecei há um mês a colocar a fralda porque ele chorava às
vezes quando acordava e quando eu chegava ele fazia o chichi. Entretanto ele já
avançou muito e vamos mudar outra vez.

Para os pais mais curiosos aqui fica a história, razões e partilha do que foi e
é educar um bebé/criança sem fraldas.

O começo foi muito simples e milagroso… o João Mateus com 5 meses começou a
pedir para fazer cocó da forma mais óbvia possível – prrrrrrrrrrr, juntando os
2 lábios e fazendo bolhinhas! =) nas primeiras vezes o que eu fiz foi tirar a
fralda e deixá-la por baixo do rabo dele. Ele fazia o cocó e eu limpava de
imediato. Era uma limpeza! Para nós dois. Que bom. Desde aí aprendi muito com a
ajuda dele e com a minha disponibilidade e vontade de proporcionar o que ele me
pedia.

Passados uns dias comentei com uma amiga o sucedido e ela diz-me, para grande
surpresa minha, que há muitas mulheres a fazerem o que se chama de higiene
natural. O grande companheiro de mães e bebés/crianças é o bacio e a minha
intuição disse-me para comprar um e experimentar. Foi engraçado chegar à loja e
pedir um bacio para um bebé de 5 meses! Os comentários de admiração, espanto e
parabéns foram uma motivação para continuar.
E assim começou uma aprendizagem mais profunda. Entre tentativas, erros e
sucessos descobri várias coisas muito importantes no 1º mês:
Que ele fazia chichi, mais ou menos, de 1 em 1 hora;
Que não fazia chichi a dormir e que quando acordava de noite, maior parte das
vezes, era para fazer chichi e não para ser aconchegado;
Que fazia chichi depois de acordar de noite e depois das sestas;
Que fazia chichi geralmente depois de mamar;
Que utilizando o bom senso conseguia adivinhar quando ele ia fazer chichi.
Presença tem sido a palavra-chave.

Um princípio fundamental para mim, seguindo a minha sensibilidade é não reprovar quando ele faz chichi/cocó fora
do penico. Apenas faço uma festa quando ele alcança um novo patamar de
consciência =)

A minha amiga também partilhou comigo que fazendo "ssssssss" 
quando ele fazia chichi iria fazê-lo associar ao fazer chichi mas connosco não
resultou. Ele às vezes fazia os chichis "partindo ao meio" porque eu
forçava com o som. Quando percebi isso deixei de o fazer.

Quando comecei a proporcionar 2 refeições diárias para ele se ir adaptando à comida, depois do 7º mês, descobri algo muito importante. Ele pedia e/ou fazia chichi quase sempre a "meio da refeição". E pedia para descer por essa razão. As vezes que ele fez chichi na cadeirinha por eu estar tão concentrada na comida que me esquecia e/ou ignorava a vontade de ele descer da cadeira!

Tudo beleza (e flexibilidade para aceitar uns chichis fora do bacio – nem
sempre ele avisava e/ou nem sempre eu tinha disponibilidade para ver os sinais
dele), até ele começar a levantar-se a ensaiar os primeiros passos, por volta
dos 11 meses. Nessa altura começou a recusar o bacio. E os seguintes pensamentos/razões para ele ter este comportamento surgiram:

Ele fez cocó no penico dos 5 aos 11 meses e colaborou muito só que fazia muita
força para fazer cocó – às vezes parecia que estava a ter contracções! Senti que ele estava a forçar;

Talvez porque aos 10 meses passou a fazer mais chichis e o ritmo de
chichi de hora a hora mudou, pelo que o colocava mais vezes no bacio e
ele pode ter ficado saturado;

O verão também lhe dava mais liberdade e ele viveu uma liberdade que quis preservar e proporcionar;

Para mim esta fase foi mais cansativa (ele sempre foi um bebé de peso =) e possivelmente alguma atitude menos paciente da minha parte também influenciou;

Nesta altura todo o corpo dele estava a mudar e o intestino também pelo que era importante caminhar entre bocadinhos de cocó;

Talvez pelas vezes em que eu e os meus pais pegávamos nele para ir ao bacio sem que fosse a hora certa;

Ou talvez ele não gostasse que o encostássemos o dedo no pénis
para ele não fazer chichi para fora do bacio;

Ou se porque ele é gordinho e os bacios
sempre foram um pouco desagradáveis para ele, em especial a partir desta
altura;

Ou por qualquer outra razão e uma vez que eu ainda não consigo
comunicar telepaticamente e ele ainda não sabe dizer o porquê.

Todos estes "ses" fizeram com que eu passasse então a usar fraldas de pano para limpar o chichi do chão.

Desde os 14 meses que ele aumentou muito a consciência do cocó e já não se
senta nele – aprendeu sozinho a fazer cocó de cócoras e a sair do local sem se
sujar. Para mim prefiro mil vezes limpar o cocó do chão, passar um papel no
rabo dele e/ou limpar com água (lavei sempre o rabo dele com soro fisiológico, slavo uma ou duas excepções,
e/ou com água a correr a partir do momento em que me senti confortável com ele
ao colo, mesmo quando ele ainda usava fralda) do que estar a limpar uma fralda toda
cheia de cocó e de o sujeitar a fazer cocó nele próprio! É claro que no
entretanto andei muitos quilómetros atrás dele quando ele andava a fazer cocó
para não sujar muito a casa. No entretanto ele também provou cocó e tem uma
atitude muito descontraída com o cocó, o que para mim foi uma fonte de
motivação para continuar.Acho importante referir que o cocó dele é castanho claro maior parte das vezes (às vezes é mais escuro) porque ele ainda tem o leite materno como principal sustento e eu tenho uma alimentação muito saudável – à base de 99% de comida biológica e de muito pouca comida processada, para além de ser vegetariana. Esta informação é importante neste processo porque há cocós e cocós…! =) As palavras da Médica dele são "Que Belo Cocó" =)

Foi também a partir dos 14 meses que ele começou a dizer "cocó"
quando quer fazer cocó =) milagre! E muito trabalho de ambos.

O mais importante para mim é sentir que respeito muito mais
o espaço dele assim do que se ele tivesse fralda e abandono-me mais à vida e
aos ritmos naturais – os do meu filho que me ensina a respeitar os meus. O
exemplo mais concreto que posso dar é quando viajamos de carro. Antes fazia
tudo muito depressa e ficava muito mais cansada e tensa do que agora.
Paramos para ver flores – coisa que nunca faria antes; para comer ou beber água, passear
e, claro, para ambos fazermos chichi.

Nós vivemos em
São João da Caparica e os vizinhos já o conhecem e hoje, em
vésperas de fim-de-ano um vizinho comentou “ Então pá João? Hoje andas de
calças?”. Uma descoberta é que o João Mateus gosta de andar sem calças e eu não
teria descoberto tão cedo não fosse a educação (quase) sem fraldas.Ele gosta de sentir as mãos nas pernas =) às vezes quando lhe visto as calças ele toca as calças como se fossem as pernas e sente a diferença.

Algumas curiosidades sobre o chichi:

A origem do fósforo está ligada ao alquimista alemão Henning
Brandt que em 1669 tentando obter ouro através da urina, sem querer, descobriu
um novo elemento químico – o fósforo.

As árvores cresem e desenvolvem-se muito com a ureia – um dos componentes da
urina. Afinal não é por acaso que os cães fazem chichi nas árvores. É uma
química e atracção perfeita e natural!

Links com outras partilhas e mais informações (em Inglês):

http://www.freewebs.com 

http://www.timl.com/ipt/

João Mateus no bacio aos 5 meses:

Beijinhos de Anjo

O João Mateus dá gosto ver e estar com ele cada vez mais a cada dia que
passa.
Está cada dia mais encantador, seguro, independente e
carinhoso.
Já dá beijinhos!! muito raramente… aai mas quando dá beijinhos… que delícia!
Os beijinhos dele
são da cor dos botões de rosa e fofinhos como as farripinhas de um
lenço de seda embalado pelo vento suave de uma manhã de verão =)
Fazem lembrar a ternura, beleza e
suavidade dos Anjos….

Abandono e Rendição ao Afecto

Na semana passada o João Mateus teve uma infecção que lhe provocou ramelas nos olhos. Nessa semana eu estava emocionalmente descompensada por diversas razões – o pai veio visitar-nos, o frio cá em casa é um reflexo da frieza no relacionamento em família com os meus pais, andava a cozinhar demais e a dar demasiada importância à comida, não estava a centrar-me no momento e por aí fora…
Ao ver o meu filhote doente e, mais uma vez com a ajuda dos Anjos, abandonei os meus medos e dei apenas Amor e carinho ao meu filho. Dei-lhe muita mama e namorámos como nunca antes. E também me tem feito pensar nas crianças em todo o Mundo que o que elas mais querem é namorar com os pais… é tão bom namorar… dar carinho… fazer festinhas… brincar envolta em carícias… rir de felicidade… olhar nos olhos e para a beleza dele e partilhar frases bonitas como "Estás mais encantador a cada dia que passa" ou "Amo-te e sei que estás a fazer o teu melhor".
Com este abandono eis que percebo que era ele quem queria ajudar-me a ultrapassar estas questões emocionais e a forma de o conseguir fazer foi ficar doente.
Tenho vindo a sentir nos últimos dias que é ele quem me ajuda a proteger-me e a curar-me. Quando achava eu que era ele quem precisava da minha protecção!
A força do Amor e do afecto dele estão a curar-me e a transformar-me num ser mais estável e amoroso. Tudo o que é preciso ser feito ele atrai para que eu possa brilhar e libertar-me do passado.
Sinto esta verdade também por me ter abandonado aos afectos e ao responder sempre que ele me chama. Quando ele chama por mim sinto que é ele a querer que eu VEJA que é ele a querer ajudar-me e transportar-me para o Mundo mágico em que ele vive e onde ele quer viver comigo.
Ao mesmo tempo tenho-me sentido muito sensível e com espaço interior para respeitar essa sensibilidade como nunca. E nesse espaço interno (que muitas vezes é encontrado no carro enquanto ele dorme a sesta) há muita Luz que ilumina episódios e situações que antes causavam dor. Sinto que estou no bom caminho =)
Tenho vindo a sentir algo também muito forte e acredito que a alimentação que tenho feito, também desde a semana passada, tem ajudado. Tenho tido uma alimentação com mais alimentos com açúcar (tâmaras, frutos secos, pão com manteiga de amêndoas, amendoim e caju, mais fruta que o habitual e MUITA Água). Isto porque desde que o João Mateus nasceu que deixei de cozinhar com sal e açúcar mas tenho abusado nos legumes e cereais. Isto para dizer que tenho estado mais doce e mais atenta comigo e não com os outros. E tudo o que vejo nos outros sinto mesmo que é um reflexo do que tenho para curar mas nesta fase com muito mais Amor próprio e doçura para comigo mesma. Também tenho comido muito menos o que me dá espaço para mais reflexão e para cuidar de mim. Sinto-me mais vital e fluída.
Obrigada querido João Mateus, por me ajudares a Voltar para Casa. Sinto-me profundamente agradecida pela tua presença na minha vida.
 

Estar “Só”

Todas as semanas peço ajuda ao meu Tarot dos Anjos. As cartas desta semana foram "Anjo da Guarda" e "Apoio".
E ajudaram-me muito durante esta semana em que estive, por diversos motivos, mais "sozinha". Todo o trabalho de maternidade nos últimos meses e as maravilhosas mensagens dos Anjos, fizeram-me sentir-me verdadeiramente em paz sem precisar estar com outras pessoas e sem precisar de muito… apenas de estar a ouvir-me e seguir o que fui sentindo. As coisas que fiz foi dançar, brincar com o João Mateus, lavar roupa, fazer comida e escrever.

Sinto que esta semana foi importantíssima para o João Mateus porque o facto de ver a mãe feliz "sozinha" é um exemplo que pode seguir. Nesta fase de desenvolvimento sinto que é essencial para ele sentir a beleza de ser mais independente e de estar "só" no Mundo belo que ele está a descobrir e a construir.
Ao ver a mãe dele assim feliz sinto que também já não sente que tem que estar ligado a mim tão intensamente através da mama. Talvez ele possa assim Sentir que a mãe não precisa dele para estar mais feliz!

O que me inspirou a escrever estas palavras foi ver hoje o João Mateus tão bem sozinho e independente, depois de eu, durante a noite, ter dito "não" a ele mamar e mesmo assim dar todo o meu Amor e apoiá-lo da melhor forma que sei neste momento. Notei hoje uma grande diferença nas coisas que ele já consegue e já quer fazer sozinho. Ele praticamente já anda à vontade na casa toda, que é uma vivenda com 3 andares e espaços exteriores. Quando precisa, chama por mim e pede para subir e descer escadarias ou para outras coisas que ele não consegue alcançar ou que já aprendeu que não é suposto ele tocar ou brincar =) O que já aprendeu que pode fazer sozinho sem perigo, faz com muita naturalidade e liberdade.

Dá gosto ver este Ser tão belo a desenvolver-se e a fazer coisas como a que vi hoje… a andar de olhos fechados! =) a tentar fazê-lo e a consegui-lo….
Na semana passada fiz esse exercício com o Pai dele. Pedi para que ele me guiasse no caminho a pé da praia para casa, estando eu de olhos fechados e andar sem ver… É uma sensação maravilhosa… o de ser guiada, o de confiar, o de não julgar (descobri há uns anos, com este exercício, que os olhos julgam muito) e o de descontrair… É melhor até do que dormir =)

Será que esta experiência passou no leite que dei ao João Mateus??? E ele quis experimentar a mesma sensação? Ele estava muito divertido e feliz a andar de olhos fechados…. e depois abrir…. e depois fechar… e depois pegar na minha mão e deixar-se levar…… de olhos fechados.

Educare

Ontem recebi um email do homem que vai tomar conta do meu filho neste Sábado e ele pediu algo muito importante: "Algumas referências de como estás a educar o João".
Obrigada Gonçalo pelo espaço de reflexão que proporcionaste com o teu sábio pedido. Anjo
Eis o resultado:

Em primeiro lugar, a minha crença é de que o João Mateus é um Ser de Luz, feito de Corpo, Mente e Espírito. Já foi meu Mestre Espiritual e meu Pai noutras vidas. Só este facto faz-me ter consciência do seu poder e potencial como um enorme respeito, devoção e sentimento de benção por ele ter escolhido, mais uma vez, estar comigo nesta aventura da Vida. Sinto um imenso Amor Incondicional por ele. Sinto que ele veio trazer algo de novo ao Mundo e precisa de protecção para SER quem ele é. Sinto também muito profundamente que ele veio para me ajudar numa fase muito importante da minha vida de libertação e de crescimento espiritual. Ou seja, todos os desafios que tenho encontrado ao longo do desafio enorme que é Ser Mãe, são aprendizagens para mim e vejo como crescimento e uma Honra por acontecerem com toda esta ternura e devoção que é ter um filho para cuidar.

A forma como lido com ele não está a ser programada. Está a evoluir ao longo da minha própria evolução exponencial que tenho vindo a sentir desde que engravidei.

Uma inspiração do que é Educar para mim é a frase que citei do Osho nas considerações gerais sobre as vacinas "trazer da escuridão para a luz". Para mim é um processo brilhante de consciência e de aumento de clareza. É um processo de consciência por muitas razões – uma delas é sentir cada vez melhor quando estou a reagir com ele. Nesse momento, paro, reflicto e digo ao João Mateus o que estou a sentir – por exemplo, que estou a ficar cansada ou que preciso do meu espaço (maior parte das vezes é o que faz com que reaja de maneira mais emocional).

E evito dizer não. Notei que muitas vezes digo não mas não é realmente um não. Os meus estereótipos não têm que ser os dele e aquilo que me faz impressão a mim tocar não tem que provocar a mesma sensação nele. O cocó é um exemplo. Se ele toca e come eu não digo "que porcaria". Ele tem a sabedoria para saber escolher o que quer e para criar a sua própria impressão do cocó. Até porque acredito que ele sente a minha reacção, a única diferença é que eu não imponho o que penso daquilo como uma verdade universal. Um resultado desta educação é que quando eu digo "não" é mesmo um "não" e ele ouve e normalmente pára! (não pára quando é algo que ele sente uma atracção forte e aí não há nada que o pare e eu fico a observá-lo) Um exemplo de um "não" é algo que influencia directamente a saúde dele como uma tomada repelente de insectos que os avós dele têm no quarto.
Quando digo "não" faço-o maior parte das vezes, de forma natural e pragmática. Às vezes sem explicar para não impor a minha visão das coisas. Digo apenas "não". Só explico se ele quer muito – nesse caso digo o porquê e/ou desvio a atenção para outra coisa ou outra forma de tocar/mexer no que ele quer explorar. Algo que evito e que aprendi com os meus pais pelo exemplo do que não fazer (eles são grandes Mestres nesta questão) é dizer "não" como se, por exemplo, tocar com a língua na ponta de uma caneta lhe provocasse uma doença fatal irreversível… Estou a exagerar? Não…. =) A forma e o tom que os meus pais muitas vezes dizem um "não" é assustador… É uma forma antiga de lidar com as crianças… provocar medo para que eles não voltem a tocar no que eles não querem. Também compreendo os meus pais… eles não têm a minha paciência de andar atrás do João Mateus e ensinar-lhe a viver neste Mundo de forma segura e confiante. E eu própria às vezes também não tenho paciência e sai um desses "não" como se fosse acabar o Mundo em 3 segundos e depois caio em mim e peço-lhe desculpa! =)

Outra questão fundamental é a flexibilidade e o "não" é um exemplo. Ás vezes digo "não", depois penso melhor e é um sim! Um exemplo é a tomada eléctrica. Não tem mal nenhum mexer na tomada. As tomadas de hoje em dia são seguras. Só é importante ver se ele não coloca lá ferros ou outros materiais condutores. Quando percebo que é "sim" e sou flexível sinto que estou a potenciar um ser flexível.
Desde alguns meses que ele mexe nas coisas e olha para mim para perguntar o nome =) isto também é possível por não stressar quando ele mexe em coisas como sabonete, esfregão da loiça, ou detergente. É espectacular como ele pergunta o nome das coisas com tanta clareza desde tão cedo (mais ou menos desde os 10 meses).

Outro princípio na educação do João Mateus é o choro. Quando ele se aleija por algum motivo eu deixo-o chorar à vontade e olho para ele transmitindo poder e muitas vezes canto "connect with your power". Neste momento, que ele tem 10 meses e meio, quando ele cai, rebola, olha para o lado, levanta-se e continua a brincar. Se ele chora duas vezes seguidas com coisas simples é porque quer comer ou dormir ou colinho ou quer isto tudo. Acredito que choro bloqueado pode criar ressentimento e que eles não são coitadinhos. A atitude de achar que são coitadinhos e pegar ao colo e dizer "não chora" criam os choros teatro que são formas de chamar a atenção. E sobretudo, tira-lhes o poder. As crianças são seres com uma resistência incrível e o choro é uma bela forma de expressar o que lhes vai na alma. É bom chorar =) Sentir… sem interferências. É claro que isto só é possível estando muito atenta. Se não estou a ver ou se vejo que ele está magoado com mais seriedade, coloco a mão no local e vejo se precisa do meu apoio. Até aos 10 meses o meu principio era o contrário. Sempre que o bebé chora é por alguma razão. Ele tem sempre um motivo. E até aos 10 meses estive sempre lá para tentar perceber o porquê do choro. Nesta fase exploratória o motivo muitas vezes é o magoar-se. E eu estou lá para ele se ele precisar. Se quando ele acaba de chorar se aproxima de mim eu dou-lhe muitos miminhos. O que geralmente acontece é que ele continua a brincar.

Algo fundamental que também requer atenção total por parte de quem está com ele é: o mínimo de repressão. Ele está numa idade de experimentar o Mundo, Sentir e Ser. É assim que ele aprende. Para tal eu observo e apoio e interfiro ao mínimo 8o que exige muita dedicação, tempo e espaço – nem sempre o consigo fazer, principalmente ao final do dia). Em situação de perigo estou muito atenta e 100% perto dele "just in case". O resultado é que com 10 meses ele já desce degraus e já sobe (isso é mais fácil). A descer é um único degrau mas já o faz com as mãos e/ou com as pernas. Tem vindo a experimentar as duas. Desce com as mãos os degraus mais pequenos e com as pernas os degraus maiores. Sozinho. Ele nunca pede a minha ajuda para nada – só para se "empoleirar" em mim para descobrir mais ou chegar onde sem a minha ajuda não conseguiria. Outro efeito é a forma como ele já brinca longos períodos sozinho e com muita consciência do espaço onde está e do seu corpo. Nesta forma de estar está incluída a Vitamina P (P= porcaria). Ele adora roer chinelos e eu proporciono as suas investidas bocais às chinelas e a quase tudo. Ele não tem tido problemas com os dentes e acho que esta atitude ajuda porque sempre que quer por algo na boca ele põe. Há algumas excepções, mais uma vez, o bom senso está presente. Se ele quer lamber a sarjeta ou o ralo eu não consigo deixar que ele o faça. E depois ouço uma vozinha atrás de mim: estás a criar a realidade dele… ele é um ser com potencialidades ilimitadas… tenta interferir ao mínimo… sei que estás a fazer o teu melhor 😉

Uma chave deste processo tem sido a amamentação. Sempre que ele pede eu dou mama. É o porto seguro dele. Para mim, esta forma de estar aumenta a segurança dele e dá-lhe disponibilidade para pensar em outras coisas. E a comida está agora a começar a "comer bem" e uma chave para a sua aproximação à comida tem sido deixá-lo mexer, sentir, brincar (dentro de alguns limites em que sinto que ele não está a respeitar a comida e o trabalho que dá – e explico-lhe isso) e sujar-se à vontade (agora no verão, dispo-o e dou-lhe banho sempre depois de comer para ele poder sentir mesmo a comida). A minha inspiração tem sido imaginar que estou num planeta há 10 meses, e querem dar-me algo na boca, sem que eu possa mexer, tocar, sentir que é bom e que quero realmente comer aquilo. O que também às vezes é importante é dar-lhe comida ao colo para ele sentir que não há separação da mãe quando ele come comida que não é da mama.
Entretanto, ele agora já tem 13 meses e meio e deixei de lhe dar mama sempre que ele pede =) ele já anda e já come mais um bocadinho mas não muito. Respeito o ritmo dele, apesar de ser tão difícil às vezes ignorar os meus medos (apesar de ele ser um bebé que parece um Anjo pela bela constituição que tem =)) e tenho observado que ele come mais a partir da tarde. E come geralmente "dia sim – dia não", ou seja, depois de um dia em que ele come comida normal em quantidade maior, no dia seguinte, geralmente, mama quase em exclusivo – vai petiscando. Como felizmente ainda estou em casa respeito esta adaptação quando também sinto que ele não está a interferir no meu espaço. Isto quer dizer que às vezes digo "agora não". O que tenho sentido algumas vezes é que começo a dizer "agora não" para me testar a mim própria e que às vezes não é o que sinto… e nesses casos ele choraminga e eu dou mama. Nesta altura também tenho estado mais fora e ele fica com a avó e/ou com a ama e é uma mudança muito forte para ele, pelo que sinto que quero ser flexível. O mesmo acontece de noite, sinto que quando o dia é sem grandes desafios ele já adormece sozinho depois de dar umas voltinhas e se colocar de barriga para baixo. Quando o dia tem mais desafios ele chora a pedir a mama e eu dou. Aconteceu esta noite. Eu esperei uns minutos mas como o dia de ontem foi forte para ele e para mim, lembrei-me disso e dei-lhe o leite Divino =)

Um grande desafio que não foi nada programado é a educação sem fraldas. É um grande desafio por 2 razões – fazê-lo com um bebé que neste momento pesa 12 Kgs e não fazê-lo quando me sinto cansada ou que não é possível mesmo fazê-lo. Não é por passar uma tarde com fralda que ele vai ficar incomodado ou que vai esquecer (até porque foi ele quem começou a pedir e eu a ouvir, a partir dos 5 meses de idade). A tendência para mim é ser perfeccionista neste assunto mas tenho vindo a relaxar mais. O resultado é que ele já faz chichi em pé e afasta-se de onde está (quando não pede) para ir fazer.
Este processo é um grande medidor de consciência e atenção! Vejo agora com mais clareza as muitas vezes que sinto e sei que ele vai fazer chichi e/ou cocó e ignoro o que estou a sentir. "Quantas vezes eu sigo o que temo e não o que sinto!" (Obrigada Richard Bach).
Este processo tem sido uma enorme lição para aprender a respeitar o espaço dele e para me deixar envolver pela magia que é ser criança e não me fixar em caminhos sem coisas novas. Já passámos momentos maravilhosos e nos sítios mais impensáveis porque eu espero ou paro para ele fazer chichi =) É uma grande aprendizagem também a não ter pressa… =)

Um outro princípio fundamental é o do silêncio. Passamos muito tempo em silêncio. Porque não há silêncio… há sempre sons… aos quais ele é extremamente atento. Talvez porque temos muitos momentos de "silêncio". Apesar de que agora ele está sempre a palrar qualquer coisa… =) Quando estamos em silêncio algo mágico acontece… por exemplo, ouço o som do vento a tocar nas folhas das árvores e apetece-me cantar… e canto muito muito desde que sou mãe… e adoro… a magia de criar algo a partir de momentos em contacto com a natureza. Inspirada pelos ensinamentos da pedagogia Waldorf e de Steiner (abordagem antroposófica) canto muito sobre a natureza. Sobre o que vejo. Sobre o que me toca. Sobre como funciona este belo planeta. Nos momentos de silêncio consigo ouvir o João Mateus a palrar e copio os sons dele. Ele adora que eu o imite e aceite os seus belos sons. O seu criativo dialecto é de uma beleza pura e natural.
Ele com 13 meses e meio já diz Mãe com a flexão normal =), Avó, Luz, Lixo, Água, Cocó, Mama, Má (de máquina), Gaivota, Barco, faz "oooooooóóó" com a boquinha aberta quando vê a Lua =) e coisas bonitas como o fogo. Quando ouve as palavras "música" e "dançar" começa a dançar e às vezes a cantar =) 

Partilho aqui algumas letras de canções umas que criei
em contacto com a natureza e sozinha com ele e outras que fui encontrando:
A preferida dele:
"AAAAiiii o candeeiro…
que com a sua Luz,
Alumia a Rua,
Quando o Sol se põe,
E faz brilhar a Lua"

"O vento toca as folhas…..
o vento toca as folhas verdinhas…
O ramo move-se…
A árvore daaaaaaança…"

"os pássaros chilreiam,
chilreiam sem parar,
os pássaros chilreiam,
chilreiam sem parar…
porquê? porquê?
porque é a forma que eles têm de comunicaaar
porque é a forma que eles têm de comunicaaar……"

Uma que aprendi no Luso (com a Angélica que ma ensinou)
"Beijinhos,
Redondinhos,
Bem feitinhos,
Quem é que não gostará? (aqui dou 2 beijinhos)
"Beijinhos,

Redondinhos,


Bem feitinhos,

Como os teus é que não há! (aqui dou mais uns beijinhos)"

Uma que canto de manhã, tradução da letra da Deva Premal:
"Nascer do Sol,
Lá em cima na Montanha….
Espalhando os seus raios…..
Pela Terra….
Nascer do Sol,
Uma nova manhã……
Nós Celebramos….
Nós somos um novo Homem…."

Antes de adormecer digo o seguinte em voz alta (Rudolf Steiner, fonte: Consultório Pediátrico, Editora Antroposófica, Brasil), visualizando, respirando fundo e sentindo o que digo, enquanto ele mama (depois de ouvir, ele relaxa muito e há vezes em que não dou mama, só digo e ele ouve com muita atenção):
"Da cabeça aos pés Sou a imagem de Deus,
Do coração às mãos sinto o Sopro de Deus,
Se falo com a boca, é a vontade de Deus.
E quando Deus eu avisto em toda a parte……
No meu filho João Mateus, na minha Mãe, Maria do Rosário, no meu Pai, Albertino,
em todas as pessoas queridas,
no Animal e na Flor, na Árvore e na Pedra,
Não sinto medo de nada,
Apenas Amor… a tudo o que está ao meu redor."

Outra decisão importante foi não vacinar o João Mateus mas sobre isso já escrevi muito (3 entradas neste blog) =) e estou confortável com a minha decisão que é o que interessa.

Estou a começar a experimentar algumas regras da comunicação não violenta. Sempre que tenho consciência e/espaço para o fazer, em vez de dar ordens "Vem", "Vamos tirar as calças", "Toma", etc. (que está muito enraizado em mim) substituo por "Queres vir comigo?", Queres comer?", "Queres que tire as calças?". Sinto de forma muito forte o impacto que tem nele e noutras crianças, especialmente as mais velhas. Sinto que ficam mesmo felizes pelos SIM de boca cheia que me dão, acompanhado de longos sorrisos e às vezes de profunda reflexão. Esta iniciativa também a devo em parte aos meus pais porque uma vez que mudei para casa deles, sinto as coisas de forma muito diferente e sinto muito quando eles me dão ordens (sem intenção) pela forma impositiva como comunicam comigo e com o Mundo. Também lhes peço, às vezes, para terem mais consciência na forma como falam comigo e digo o que não gosto. Quando tenho paciência eles também se apercebem. Quando sou bruta eles ficam magoados e não ouvem o que tenho para dizer (espero lembrar-me disto daqui a uns anos e não ser emocional em relação ao João Mateus).

Outra questão essencial na educação do João Mateus tem sido, desde o início, não ter pressas e não alimentar os medos que tenho de que ele não se irá desenvolver bem. Isto quer dizer que sei e fomento esta crença e saber que ele vai andar, falar e tudo se vai passar de forma normal. Não tenho que explicar tudo, não tenho que pegar nas mãos dele e forçar ele andar (só quando ele me pede) não tenho que fazer nada! O bebé desenvolve-se sozinho. Só precisa do meu amor e que eu esteja atenta para perceber o que ele precisa.

Desde que começou a comer, senti que uma regra principal é não comer nem sal nem açúcar, uma vez que a comida está muito ligada às emoções. Tem sido uma questão essencial com os meus pais, que espelham ainda algumas inseguranças e falta de informação/pesquisa e aprofundamento.

Os brinquedos que o João Mateus mais gosta são as coisas reais. Livros, revistas, gavetas, almofadas, plásticos, cadeiras, mesas, chão, areia, terra, comida, tampas de panela, roupa, começa agora a adorar brincar com pessoas. Também gosta de brinquedos de bebé com rocas e que ele possa morder. Não tem nenhum brinquedo com luzes e sons artificiais. São as coisas reais que ele quer realmente explorar e que o elevam mais alto! Sinto que quando quer muito alguma coisa é porque essa coisa lhe vai dar uma aprendizagem forte. Maior parte das vezes ele não quer um objecto específico quer é lá chegar.

Às vezes, por brincadeira (brinco muito com ele) digo Sim Sim Sim! em vez de não… e ele às vezes adora que eu o diga =) É como dizer SIM à Vida =)

Agradeço tudo, do alto do meu coração.

Ensinamentos desde que sou mãe…

Brinco
mais, desenho mais, escrevo mais (e publico o que escrevo!=) e deixo voar mais a minha criatividade

Estou a aprender
a pensar primeiro e fazer depois – o melhor exemplo são os barulhos. Lembro-me
que antes fazia o barulho e pensava “epá que barulhaço” (sou muito sensível dos
ouvidos) mas voltava sempre a fazer o mesmo. Agora faço as coisas muito mais
devagar e silenciosamente

Estou a aprender
a
deixar
fluir muito mais o trabalho e a vida – tudo tem acontecido de forma muito
fluída… dar de mamar ajuda-me imenso a manter uma frequência de calma e
fluidez

Estou a aprender
a

dar espaço ao João Mateus e a respeitar o ritmo dele – observar os passos
pequenos que vai dando para conseguir um grande passo no desenvolvimento dele
(de sentado para gatinhar – dar-lhe oportunidade de estar no chão)

Percebo
como às vezes projecto as necessidades do João Mateus de acordo com o que eu
preciso, principalmente quando estou cansada. Exemplos são “ele precisa de
espairecer, precisa de algo de novo, ele está aborrecido”… isso tudo sou eu que
estou a sentir. Este processo tem-me ajudado a perceber melhor o que eu estou a
sentir

Estou a aprender a fazer as coisas a seu tempo, o que é muito mais rico do que fazer as coisas
mais depressa. Tudo tem o seu tempo de gravidez. Este ensinamento tem sido
muito a nível profissional

Estou a aprender que
o amor, através de amamentação, observação, liberdade e apoio é o melhor que posso dar ao
meu filho

Estou a aprender
a

ouvir o meu filho, porque ele apesar de não falar, já me diz quando quer mamar,
fazer chichi, fazer cocó, quando quer colo, quando quer estar comigo, quando
quer chão, quando quer brincar, quando está feliz, quando quer dormir e muito
mais…! E comunica comigo através das cartas… (arcanos menores)

Estou a aprender que
quero chegar a compromissos com ele e impor ao mínimo

Estou a aprender que
não devo tomar decisões e/ou falar de coisas importantes quando estou cansada

Estou a aprender
a

dar a volta a situações com humor =) é o que funciona com o João Mateus… às
vezes está chorar e o que ele quer é um brinquedo, ou brincar

Estou a aprender
a

ter mais paciência e a ver acções de quem a não tem e de quem a tem (exemplo da
Camila que sobe as escadas e fala baixo, enquanto que os meus pais falam alto e
interrompem)

Estou a aprender que
a programação neuro-linguística realmente formata as pessoas…. Vejo pelos meus pais… eles
estão sempre a dizer as mesmas expressões… e estou muito mais sensível agora
que sou mãe…

Estou a aprender a respeitar a minha sensibilidade e a dizer o que sinto. E também a chorar quando o sinto, seja à frente de quem for e/ou onde for =) (desde que me sinta segura, está claro!

Sono

Sobre
o sono à noite…. Li recentemente que é um mau hábito os bebés acordarem a meio da noite ou passada uma hora depois de se deitarem e não voltarem
a adormecer sem a nossa ajuda… e que o ideal será deixá-los chorar para
perderem o hábito.

A
minha experiência é que o João Mateus (que tem agora 8 meses), não volta a adormecer se:

Quer fazer
o último chichi antes de se abandonar à noite (maioria das vezes é  o que acontece… ele tem soninho e adormece
antes de fazer o último chichi – depois acorda e está à volta de 2-3 minutos
acordado para fazer);

Quer
arrotar;

Tem frio
ou calor;

Não tem
sono;

Tem fome;

Tem algum
desconforto (roupa apertada, migalha na cama, etc.);

Tem
insónia;

Teve algum
pesadelo;

Tem dor
por causa dos dentes;

Quer
carinho.

Quando
não quer nada dá umas voltas, umas chupadelas no polegar e adormece =)

A minha experiência com a bola de ginástica…

Por sugestão da minha Doula, comprei uma bola de ginástica na Decathlon para me ajudar no trabalho de parto. Foi um 1 mês antes e, nessa altura não fazia ideia da preciosa ajuda que algo tão simples nos iria dar, a mim e ao meu bebé.

 

Se este fosse um desses anúncios baratos eu diria “Bola de ginástica, a melhor amiga da mãe e do seu bebé nas horas difíceis” he he =)

 

A verdade é que assim foi… uma surpresa muito boa!

 

Tive 20 horas de contracções em casa com o apoio precioso de duas parteiras e uma doula. A bola também me ajudou a fazer alongamentos e a relaxar neste trabalho tão intensivo.

 

Depois do João Mateus nascer, a bola continuou no quarto de visitas uma vez que já estava cheia e também porque algo me dizia que eu iria usá-la em outras ocasiões.

 

Por volta do 1º mês, quando a recuperação dos pontos do períneo já estava na fase final, experimentei a bola com o bebé ao colo e dei uns saltinhos… para minha surpresa ele deu um arroto a sério! E pensei… “Ele gosta deste movimento para arrotar… boa! Vou experimentar mais vezes”.

 

Era uma sensação espectacular depois da mamada, ir para a bola e ele arrotar muito bem e passado pouco tempo. Mesmo quando demorava mais tempo para mim era espectacular porque as minhas costas não faziam tanto esforço… e também poupou uns quilómetros a andar pela casa nas alturas em que nós dois mais precisávamos de paz, descanso e sossego. Assim também tinha energia para cantar para ele.

 

Por volta dos 3 meses ele começou a pedir para o embalar… e descobri que a bola também é espectacular para ajudar a embalá-lo! Mesmo quando ele não adormece fica muito calminho e depois é só dar um pouquinho de maminha e ele adormece muito bem.

 

Ainda hoje, que ele está a uma semana dos 5 meses quando mais nada resulta, a bola é sempre uma solução… ele fica muito calmo. Acho que o movimento da bola para cima e para baixo deve ser muito parecido com o impacto que o meu movimento ao andar tinha dentro da minha barriga, onde ele esteve 9 meses…

 

A minha experiência com o pano…

João Mateus no pano

 

Comprei o pano antes de dar à luz. Não pensei muito sobre o assunto porque pensei que seria fácil, até porque vinha com um CD explicativo das várias posições e nós que se podem dar.

 

Quis utilizar o pano tinha o João Mateus 3 semanas só que ainda estava a recuperar dos pontos do períneo e foi doloroso. Também senti nessa altura que qualquer coisa não estava bem. Não me sentia segura e confortável e pensei… não pode ser, algo está mal, não gosto do pano. E não me habituei nessa altura.

 

Quando fui à primeira consulta do João Mateus vi informações sobre um workshop explicativo sobre como utilizar o pano e anotei o contacto.

 

Quando o João Mateus tinha um mês e meio fui ao tal workshop.

Não correu nada bem. Como gosto de ser despachada e rápida em tudo o que faço fiquei frustrada por não ter corrido logo bem.

Não estava habituada a pegar no João para o colocar – ele sempre foi pesado… nessa altura já tinha 5Kg e meio! Houve uma situação que me fez parar de tentar a aula em que o João Mateus quase caiu para o chão. Fiquei aflita e sentada com ele, até que ele adormeceu. Por essa altura já a formadora tinha explicado mil e uma posições e formas de utilizar o pano e eu ali, no meu cantinho a pensar como estava frustrada e como parecia tão fácil visto e era tão difícil fazê-lo!

 

No final, a formadora veio ter comigo e disse para tentarmos de novo. Eu, receosa, olhei para o João e disse que ele estava a dormir. A formadora disse para eu o colocar no pano mesmo assim.

A minha intuição disse que sim e eu tentei e adorei tê-lo juntinho a mim, descansado a dormir. Saí do espaço onde decorreu a formação e fui até um jardim próximo celebrar esta conquista.

 

No dia seguinte tentei outra vez e… não gostei outra vez. A posição que eu estava a tentar era a adequada para bebés de mês e meio. É uma posição em que eles ficam deitados.

 

Não sei se pelo peso dele, se pela posição em si, que talvez o João Mateus não gostasse muito ou se pura e simplesmente não estávamos preparados para aquela posição, o que é verdade é que não funcionou.

 

Nesse workshop, a formadora falou de umas aulas de Biodanza no pano e ressoou logo comigo porque já tinha experimentado Biodanza (a dança da vida) sem o pano e tinha gostado. Nestas aulas a primeira é sempre grátis, para experimentar e eu disse para mim mesma “porque não? Quero conviver com outras mulheres e também é importante o João Mateus ter contacto com outros bebés. Vou experimentar e pode ser que funcione com o pano.”

 

Nesta altura ele tinha 2 meses e uma semana e pesava 7 Kgs e achei que seria bom experimentar outra posição – a posição em que ele está de barriga virada para mim e pernas abertas e… fiz a aula!

biodanzamaesebebes

E a próxima e a próxima… e lá continuamos numa partilha lindíssima, todas as 4as feiras. É um espaço para as mães sem descurar as necessidades do bebé e é importante também para o bebé ver as mães em contacto com outras mães e mulheres e vê-las brincar, dançar, fazer gestos expansivos e exprimir o que lhes vai na alma tendo sempre consciência de que temos um bebé ao colo – com toda a liberdade de movimentos.

  biodanzapano

A partir desse dia comecei a utilizar o pano diariamente porque conseguia estar com ele ao colo muito mais tempo e porque acho muito importante que ele sinta o meu calor e porque adoro tê-lo ao meu colo e explorar o Mundo com ele de forma tão íntima. A minha mãe diz que parece que estou grávida outra vez e é um pouco isso. É uma transição que respeita muito as necessidades do bebé e a liberdade da mãe.

 

O facto de cada vez que o colocava no carro ele esbugalhar um bocadinho os olhos demonstrando estar assustado fez com que preserverasse e parece que ele percebia quando era mesmo necessário usar o carro (em movimento dentro do automóvel) e quando não era (para quase tudo o resto).

 

Utilizando o pano sinto-o cá dentro junto a mim e sinto todos os seus movimentos. É lindo… Ele adormece muito bem enquanto eu dou as minha caminhadas pelo campo e pela praia e enquanto faço alongamentos com os braços. De início chorava um bocadinho antes de adormecer mas é normal porque estava habituado a adormecer com a maminha mas era aquele choro que passa em alguns minutos.

Neste momento, em que ele tem 4 meses e uma semana, dou caminhadas de 1 hora e meia (ele pesa nesta fase 8,5Kgs) e ele aguenta cada vez mais sem dormir (depende, ele agora está numa fase de dormir muito por isso adormece ao fim de 10 minutos) e descobre o mundo exterior de uma maneira segura e muito quentinha =)

 

Quando estou em casa e preciso também uso, por exemplo na cozinha para dar apoio à minha mãe enquanto ela cozinha – faço tarefas que são light e sem perigo para ele.

 

Colocando-me no lugar dele acho que deve ser o máximo ter esta oportunidade de ter os olhos à altura dos adultos (o Mundo está organizado para a nossa altura) e ter uma perspectiva do nosso mundo e do que nós estamos a fazer – principalmente na cozinha onde há tanta preparação, transformação e cheiros tão interessantes.

 

O pano é muito fácil de lavar… é só colocar na máquina e com sol de Inverno seca em 2 horas. Lavo cerca de 2 em 2 semanas porque ele adora lambê-lo e, claro, às vezes, bolsa um bocadito.

 

Um dos cuidados que tenho é sempre que uso o pano vejo a fralda dele, he he… para não haver nenhum desconforto. Já aconteceu ele fazer cocó enquanto estava no pano! E correu tudo bem – não se sentiu desconfortável.

Sinto que o pano é mesmo muito saudável e em sintonia com o corpo dele porque quando ele sai do pano nunca se espreguiça.

E cada vez mais também sinto que é uma segunda casa para ele… a toquinha. Algumas vezes ele está acordado mas como está frio, vento ou simplesmente porque lhe apetece, ele coloca a cabeça dentro do pano e fica acordado a palrar ou simplesmente sem dizer nada.

Nesta fase utilizo o pano e o carrinho. Há altura em que não dá para usar o pano – na fase final do supermercado quando vou sozinha ou quando dou voltas maiores. Nessas alturas levo os dois, o pano e o carro.

 

Outra grande ajuda que o pano dá é quando quero escrever, por exemplo, num intervalo, indo dar uma volta no pano e descansar, espairecer, aproveito para também estar com ele e ambos ficamos um pouco mais saciados da vontade de estarmos pertinho um do outro. Depois dos passeios ele fica sempre calminho e com vontade de explorar o Mundo sem a presença da mãe.

Ainda bem que ultrapassei as dificuldades iniciais porque é maravilhoso andar tanto tempo com ele ao colo de forma tão natural, calorosa, afectiva e simples! Principalmente com um bebé que bebe tanto leitinho e tem tanta vontade de crescer!…

 

Para mais informações sobre as aulas de Biodanza no pano:

http://panoportabebe.blogspot.com/2007/11/biodanza-para-mes-e-bebs-no-pano-porta.html

 

Todas as mulheres e seus bebés são bem vindos =) E homens também!

A minha experiência de amamentação….

Belém 032

Tudo começou 2 meses depois de estar grávida… o peito começou a crescer e aos 4 meses de gravidez tinha já passado do 36 para o 44! He he, grande diferença… e como gostei dessa diferença! Sempre quis ter o peito maior mas fui desportista desde muito cedo e o meu estilo de vida não era compatível com um peito maior.

 

Quando o João Mateus nasceu, estava muito pronta e com muita, muita vontade de dar o meu leite. Os meus mamilos estavam com umas auréolas grandes e também maiores do que alguma vez tivera! (quando tinha o período o peito ficava quase sempre mais pesado e cheio) Para mim, é um verdadeiro milagre este processo de transformação da comida em leite! E vejo, desde o início como um privilégio passar por esta experiência divina tão natural.

 

Ora bem, assim que ele nasceu procurou a mama… vinha a chorar e quando começou a mamar parou de chorar. E é assim até agora que tem 4 meses. A mama é o refúgio, segurança e conforto. Às vezes quando sai do banho, a 1ª vez que caiu, sempre que tem alguma dor, depois de chorar de pulmões abertos, quando esse choro muda para uma espécie de lamentação, já sei que está na hora de dar a maminha e ele simplesmente adormece depois de mamar durante o tempo que ele quer. Uma das maravilhas de amamentar é ver e sentir a paz que acontece quando ele mama… o conforto… a satisfação… o calor que passa para ele… o prazer que ele sente… os sons que ele faz… as carícias que faz com as mãos no meu peito sem ter consciência do que está a fazer… os pontapés que dá no ar de alegria… o descanso e abandono…

 

Quando estava no hospital, os enfermeiros ensinaram-me a pegar no mamilo para o ajudar nos primeiros dias. Pareceu-me um pouco agressivo mas depois vi que ajudou mesmo e quanto mais pragmática, melhor!

 

Na primeira noite, do que me lembro, ele mamou bastante também dormiu bastante. Na 2ª noite foi mais trabalhoso porque ele só queria mamar, mamar, mamar e eu dei, dei, dei… na altura tive dúvidas se estaria a fazer o correcto, se devia deixá-lo chorar mas foi a minha primeira lição de que o bebé tem sempre razão. E tinha mesmo… aquele mamar todo fez com que o leite subisse =) nesta altura tinha umas mamas estilo Pamela Anderson!! Pareciam que iam rebentar.

 

Depois, no Hospital recebi vários conselhos… alguns díspares… e decidi experimentar de acordo com o meu bem-estar e intuição. Uma enfermeira disse-me que todas as vezes que ele mamava, eu teria que esvaziar essa maminha e a outra também! E eu pensei… então não faço mais nada do que essa tarefa… vou-me fartar logo! Para além de que a quantidade de leite irá sempre ser a mesma porque vou produzir leite para substituir o que é tirado… E como fariam as mulheres há uns anos atrás quando não haviam bombas? Hmmmmm, pensei, esta não é a solução. Outra enfermeira deu-me outra dica que me lembro na altura era diferente deste conselho mas que nem me lembro mais…!

 

E o peito continuava muito cheio… depois comecei a ouvir-me a mim mesma… e a sentir… e pensei… “leite… amamentação… é algo muito fluído… é deixar sair o amor que tenho para dar… é isso mesmo! Vou deixar fluir…” e foi o que fiz. Instintivamente também comecei a fazer alongamentos com os braços porque me sentia muito bem. É claro que o João Mateus adorou mamar desde o primeiro dia e isso foi fundamental neste processo.

 

Acredito que também ajude o facto de eu fazer visualizações enquanto dou de mamar desde o início. Digo muitas vezes amo-te e a palavra amor e visualizo luz a entrar nele com o leite que ele bebe. Li num livro que enquanto a mãe amamenta, abrem-se dois chacras nos mamilos e muitas vezes também visualizo essa energia a entrar nele e a dar-lhe tudo o que ele precisa para se nutrir, crescer e ser feliz.

A minha posição preferida é deitada, bem relaxada. Também dou sentada mas maior parte das vezes dou-lhe de mama deitada. Desde o início também que lhe dou mama sempre que ele pede e a verdade é que no primeiro mês não utilizei bomba e ele passou de 3,790 para 5,370Kgs!

 

Mamava durante o dia de duas em duas horas e durante a noite de 3 em 3 horas. Já nessa altura surgiram rotinas naturalmente que respeitavam as necessidades do João Mateus. Nos espaços de intervalo aproveitava para comer, ler e relaxar muito. Quando estive no Hospital Garcia da Orta li num cartaz informativo que dizia que depois da mamada a mãe deveria descansar. E cumpri à risca durante o 1º mês. Estou muito grata ao apoio dos meus pais, sobretudo da minha mãe, que cozinhou para mim e lavou a nossa roupa durante o primeiro mês. Este descanso ajudou-me a dar mama ao João em paz. Também estava a recuperar dos pontos no períneo e foi mesmo fundamental nesta fase. Deu para ter o meu espaço e para pensar só em coisas boas… (ou quase sempre) e ter a calma necessária para que tudo corresse bem.  

 

Nesta altura, apesar de ser Outubro, a vida proporcionou-nos dias de sol lindíssimos e algo que me ajudou muito também foi a banhar-me com os raios de sol durante uns minutos todos os dias. Ajudou a secar mais os mamilos e a evitar quaisquer gretas – nunca utilizei cremes, só o próprio leite e sol.

 

Na 6ª semana algo muito importante aconteceu… o poder e necessidade de sucção dele aumentaram. Queria mamar ainda mais do que o costume. E eu desde o início que tive a vontade de não lhe dar chucha porque acho algo muito artificial especialmente nesta idade tão tenra.

 

E foi nesta altura que comecei a tirar leite com a bomba porque ele chorava quando, principalmente, o meu peito direito estava muito cheio. Tirando entre 25 a 50ml ele mamava muito bem. Nunca tirei leite mais do que duas vezes por dia e por tirar de uma mama nunca senti que deveria tirar da outra também.

 

Depois falei com uma amiga que é Doula e ela disse-me que nesta altura é quando eles mamam mais porque estão a desenvolver-se muito rapidamente e precisam de mamar muito. O meu senso comum e experiência dizem-me que é também nesta altura que eles começam a mudar do “come-dorme, come-dorme” para períodos mais activos durante o dia. E foi assim que aconteceu com o João Mateus. Mesmo nas alturas em que ele mamava quase uma hora (adormecia a mamar) eu continuava e reparei em algo muito importante… só quando eu esquecia o que tinha para fazer a seguir e relaxava com ele e vivia aquele momento em pleno é que ele deixava a maminha. Nesta altura algumas pessoas disseram-me para forçá-lo a respeitar as duas horas e para lhe dar a chucha mas a minha intuição disse-me para fazer de outro modo – também porque continuava a ter o apoio necessário para o fazer.

 

Por volta dos 3 meses e meio ele começou a mamar muito menos, durante cerca de 3 semanas. Nessa altura (aos 3 meses e meio) ele pesava 8,190Kgs pelo que não me preocupei com o facto de ele mamar menos. Pela minha observação, foi um período de muita actividade e de muita necessidade de estímulos exteriores por isso ele não comia tanto. Foi nessa altura que ele começou a agarrar melhor objectos, a ver melhor, a ter períodos activos mais alargados (às vezes de 4 horas) para descobrir as suas faculdades. Depois voltou a mamar bastante porque veio uma nova fase de crescimento. É por estas razões que estou a gostar muito da experiência de dar mama sempre que ele pede. É a forma de respeitar diferentes fases pelas quais ele passa e da forma mais natural. Ele faz as próprias rotinas e eu deixo-me ir com ele, organizando a minha vida de acordo com o ritmo dele e percebo que é exactamente o que eu também preciso. Adoro passar tempo com ele e é de facto uma bênção enorme ter um filho e poder estar com ele.

 

O que ajudou muito também foi ter começado a nadar a partir da 3ª semana, ter começado a ir à praia desde a 1ª semana e de fazer coisas que me dão prazer e que me dão energia ou que são um canal para a minha energia.

 

E encontrei outras utilizações para o leite dele, por indicação da minha parteira e porque sempre que dei maminha de um lado, o outro lado escorre sempre leite e sempre que me lembro ou sinto necessidade uso esse leite: substitui às vezes o creme de rosto; coloco na cara e a sensação é a de ter uma máscara super hidratante; coloco também no rosto dele e nas pálpebras dos olhos dele quando estão vermelhas ou quando ele está com calor (quando vamos no carro). Outra utilização que é o João Mateus que faz é de limpar as fossas nasais! De vez em quando, o leite passa pelo nariz e ele expele as “ranhocas” todas! É muito melhor que o soro fisiológico (que só experimentei uma vez e ele não gostou nada), também chora um bocadinho e a seguir adormece. A minha parteira disse que o leite também é excelente para ajudar na cicatrização dos pontos do períneo, pela riqueza de nutrientes e por ser um alimento vivo. Eu não utilizei porque mamar e cuidar de mim eram rotinas diferentes e separadas. Tratava de mim quando ele estava a dormir e na altura de recuperação do períneo não tirava leite com a bomba.

 

A partir de certa altura, aproximadamente a partir dos 3 meses deixei de tirar leite com a bomba. A última vez foi uma situação em que tive uma crise emocional e ele ficou sem mamar 12 horas! Durante o dia! O que acho espectacular porque ele próprio sentiu que aquele leite ia estar carregado de energia que não é boa para ele =) Depois da crise, tudo voltou ao normal, mas claro, tive que tirar leite com a bomba.

 

Nesta altura em que estou a escrever ele tem 4 meses e quase uma semana e ele ainda não chega ao fim de uma maminha…! Vai bebendo ao longo do dia. A partir das 5 da tarde começa a beber mais e mais para se preparar para a noite! Já adormece sozinho durante o dia e começou a separar a rotina de adormecer e mamar aos 4 meses, ou seja, mama quando tem fome e adormece quando tem sono que por vezes não é coincidente. Tudo de forma natural. A primeira vez que ele adormeceu sem mamar e sem ser embalado foi para mim uma grande surpresa! Nunca pensei que fosse tão cedo.

 

A minha alimentação é ovo-lacto-vegetariana e como sobretudo alimentos biológicos (faço as compras de vegetais e cereais na Biocoop que fica no Figo Maduro). Como fruta laxante de manhã – papaia ou manga ou kiwi. Quando tenho fome a meio da noite como pêra-abacate. Como bolachas de arroz integral com cereais ricos – amaranto, quinoa e kamut (um tipo de trigo duro e antigo), muita sopinha de vegetais frescos, leite de aveia, saladas e tofu. Também como iogurte de vaca e queijo de cabra diariamente e ovo muito raramente, tudo biológico.

 

A minha decisão de amamentar sempre que o meu bebé pede foi inspirada pelo pai do João, o Klaus, que vive numa comunidade no Alentejo. A sua opinião, fundamentada pela leitura de várias metodologias é de que pelo menos, nos primeiros 6 meses de vida do bebé, a mãe ao dar mama sempre que o bebé quer é fundamental para que as suas necessidades básicas sejam satisfeitas, assegurando ao bebé que não precisa ter medo de que essas necessidades não serão satisfeitas. Esta forma de ver a entrada de um bebé neste mundo ecoou em pleno com a minha intuição… Imaginei-me 9 meses num local quentinho, seguro, em que todas as minhas necessidades são asseguradas de forma natural e de acordo com as minhas necessidades. Depois aterro neste planeta… num ambiente totalmente diferente, agora terrestre com a força da gravidade sobre mim… a transição, para mim, faz sentido que seja feita pelo menos durante 9 meses, transição essa que passa por uma base segura de amamentação num ambiente de apoio e amor.

 

Acredito fortemente que desta forma estou a garantir ao João Mateus uma segurança emocional que durará para toda a sua vida. E uma vez que as suas necessidades básicas são asseguradas ele descobre o Mundo de forma ainda mais curiosa e confiante.

Um grande prazer que tenho é ver o João Mateus fazer o que chamo “mamar em seco” que significa que depois de adormecer a mamar e de largar o mamilo naturalmente, ele continuar a fazer o movimento de mamar com a boca. É uma das imagens mais apaziguadoras que tenho dele, porque é um movimento muito bonito, simples, calmo e, mais uma vez, muito natural.